carta

à ele VII

tudo desabou, menos os muros.
minhas paredes caíram, meu chão estremeceu
mas minhas muralhas continuam intactas.

nenhuma palavra que escrevo
bêbada da sua saudade
faz sentido.
leal by djonga ecoa aqui.
é um lembrete pra mim,
mas devia ser pra você.
eu gostaria de ter continuado sua amiga.
isso te faz relembrar?
te faz sofrer?
te faz chorar?
te faz querer voltar pra mim?
ou te faz sorrir pensando que fugiu antes
de eu virar esse esqueleto ambulante
e ficar feliz por ter sido assim?

nós dois sabemos que palavras doem,
você porque as lê e eu porque escrevo-as
com a vontade de te fazer me entender.

a inspiração vem em versos confusos,
versos difusos, que não rimam entre si.
em maio vai fazer 4 anos que nos conhecemos.
em março, dois anos que nos amamos.
em dezembro, fará aniversário nosso primeiro beijo,
e em março fará um ano de nosso desentendimento:
quando nos afastamos