aos pensamentos incoerentes

51 3 0
                                    

eu me convenço todas as vezes
que não há motivo pra isso,
e mesmo assim minha mente criada paranóica
não aguenta ficar assim:
sem pensamentos ruins,
que poderiam me prejudicar.
que poderiam fazer mal pra mim.

eu não engulo os motivos.
e talvez essa seja a graça
que faz a vida me assistir dando risada.
não consigo me manter igual,
é sempre um alto ou um baixo.
"nada como uma pequena tristeza plantada em mim"

pequena que se torna grande.
céus, é difícil.
que seja, o que escrevo nessas cartas
é o que quero mas me recuso a dizer.
mas, céus, é tão difícil pra mim.

um dia todos saberão mesmo,
um dia todos ficarão sabendo
mesmo.
um dia eu contarei a eles,
ou eles descobrirão
seja por intermédio das cartas,
ou do que entre si contarão.

mesmo contra a minha vontade,
meus pensamentos se elevam,
e martelam dentro de mim,
e a mim novamente ameaçam.

não aguento esses pensamentos noturnos,
e o que fazem comigo.
são traidores e inseguros,
o espírito que mora comigo
a essa altura já é quase meu amigo.

meus desabafos em cartas vem das madrugadas,
e da mente perturbada que se ativa nelas,
que me desespera, não me acalma,
que deixa minhas ideias rasgadas.
não há nada de reconfortante nelas.

não é algo pra mim, penso.
mas o que seria pra mim?
compor poesias inúteis,
intituladas em cartas misteriosas
que só um louco se atreveria a ler?

ler livros de morrer de chorar,
mas que só são tristes pra mim,
por que por puro egoísmo
só consigo desmoronar
se me identifico com algo assim?

chorar, chorar, chorar
de tristeza, ou quem sabe insegurança,
de algo que eu não sei se aconteceria?

~eu nunca sei se é um ou outro~

cartaOnde histórias criam vida. Descubra agora