à minha nova tentativa III

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bêbada de sono e da sua saudade,
eu escrevi versos sobre seu sorriso
que se abriu quando me viu
indo de encontro ao teu olhar
na noite em que escapei
do meu abismo particular.

eu quero ser toda sua, amor
mas você sumiu,
e eu sou orgulhosa demais pra admitir
que sinto falta do seu calor.
e agora só me resta a dor de pensar
que o tom da nossa conversa esfriou.
e a culpa é minha por achar
que você estava sendo sincero
ao dizer me amar.
a culpa é minha por duvidar?

o peito dói de saudade
das borboletas que você trouxe,
e de me sentir viva de novo
se apaixonando por alguém novo,
de reaprender a rimar
para escrever sobre você.

eu gostaria que você aparecesse.
me chamasse
só mais uma vez,
pra que eu soubesse
que não foi em vão o que eu fiz
que eu confiasse definitivamente
que você me amou de verdade.

eu sumi
pra ver se você sentia minha falta.
aparentemente não, amor.
mas prove pra mim
que o sentimento não se dissipou
como o vento
que passou no seu rosto
quando você
encostou em mim com cuidado,
e então
beijou como se estivesse
apaixonado por mim.

chorando de sono,
sabendo que não durmo com a mão pra cima
fazendo cafuné em mim mesma
querendo que fosse você.
e cai uma solitária lágrima,
lentamente,
como você mente pra mim,
achando que eu sou burra
o suficiente pra acreditar
que você me ama
o bastante pra ficar.

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