O Que Vem Depois?

E era hora de se despedir

Nova York, atualmente

O inverno estava chegando, a neve começará a aparecer ao redor das casas e mesmo depois de sete anos vivendo em Nova York, Laura ainda não conseguia se acostumar com tanto frio. Agora, final de tarde, a neve voltou a cair e foi o suficiente para o nariz da mulher ficar vermelho, como o nariz de uma das renas do Papai Noel. Já estava com três blusas, cachecol, luvas e touca.

— Então, como está o Polo Norte?

Raini ironizou quando viu a amiga entrando em casa.

— Muito engraçado. É normal fazer tanto frio?

Se dependesse dela não tiraria um pedaço de roupa até o final da estação.

— Não está fazendo tanto frio assim. O inverno mal começou

Depois de tantos anos Raini já tinha se acostumado com o jeito preocupado de Laura. E em momentos como esse, achava até engraçado.

— Socorro tia Raini

Um grito abafado foi ouvido saindo de uma menininha que parecia uma bola de neve feita de muitas blusas.

— O que é isso solzito?

— Mamãe.

Tentou apontar para a mãe.

— Proteção nunca é demais.

Laura se justificou

— Vem cá, deixa eu tirar toda essa super proteção de você.

Raini dividia o apartamento com Laura há quase seis anos. Se conheceram meses depois sua mudança.

Enquanto Laura assistia a amiga livrar Riley de todas aquelas roupas, pensava em como o tempo tinha passado muito rápido. Era estranho. Tudo indo tão rápido.

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Santa Monica, 2015

Era difícil estar no último ano, aqueles pobres adolescentes não imaginavam que a pressão que recairia em seus ombros seria tão grande. Entre trabalhos e aulas, eles tentavam não surtar com o futuro vindo, vindo tão rapidamente. Contudo, a pessoa menos improvável estava rindo e brincando com os colegas. Laura estava ansiosa, com medo de cada escolha que faria dali para frente, mas desde que Ross chegou em sua vida, sete meses atrás, uma calmaria veio junto com ele

Ele era sempre tão relaxado, não se preocupava com nada, o sono dele nunca era interrompido e conviver com uma pessoa como esta, fez os índices de estresse de Laura abaixarem. " Viva o momento Lau, tudo pode acabar amanhã" , era o que ele sempre dizia.

— 20ª noite?

Ele perguntou depois de alguns minutos em silêncio, não um silêncio constrangedor, mas um que se tornou normal e confortável para ambos

— Você ainda conta as noites? — Ela perguntou incrédula por ele ainda continuar fazendo isso — E é 17ª noite

— Mas, se fosse por vezes  teríamos passado dos 30 com certeza

Comentou levanto a mão esperando que ela concordasse

— Com certeza

Laura disse levantando a mão para corresponder o high five dele.