O Que Vem Depois?

Se a gente voltasse para quando nos conhecemos

Sinais de que alguém está com raiva e prestes a explodir essa raiva: mãos suando e formigando aumento dos batimentos cardíacos, temores musculares e no caso de Laura, andar por Nova York sabendo que uma forte tempestade estava a caminho.

Ela pediu para Raini buscar Riley, porque iria a toda velocidade atrás de Ross. Já no caminho alguns pingos de chuva começaram a aparecer no vidro do seu carro indicando que era uma péssima ideia ir para tão longe com uma chuva sendo prevista, mas ela ignorou isso, aliás sua raiva não deixou que ela vesse que isso lhe traria problemas.

Sua raiva essencialmente era porque Ross esqueceu de buscar Riley. Não se importava com as burradas que ele se metesse, mas não suportava o pensamento dele magoar Riley, além disso, grande acréscimo para que esse sentimento crescesse era ele ter se oferecido para buscar a menina, mesmo ela tendo dito que faria isso.

Outros pontos que foram importantes para Laura ficar mais estressada foi pensar que Ross ainda era um terreno desconhecido. Eles tinham se beijando e passavam muito tempo juntos, porém ainda sabia muito pouco dele. Há semanas que ele não falava onde ia ou onde estava, vivia cansado e dormia em qualquer lugar.

Era absurdamente incômodo para alguém que sabe cada passo que vai dar, não entender a pessoa a sua frente.

Laura conhecia o Ross relaxado e brincalhão, o Ross complexo e misterioso ainda era uma descoberta para ela. Foi nesses pensamentos que ela tirou o pé do freio e acelerou o carro.

“Eu tive tudo, e então a maior parte de você

Um tanto, e agora nada de você

Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos.”

Se Ross tivesse se atentado para os sinais ele iria perceber somente pelas fortes batidas em sua porta que Laura estava nervosa.

— Laura? O que está fazendo aqui, está caindo uma chuva forte lá fora.

Estava espantando por vê-la ali.
Em sua percepção, Laura era o tipo de pessoa que não saia de casa ao mínimo sinal de chuva.

— Eu sei. — Respondeu apontando para o seu sobretudo marrom molhado. — Posso entrar?

— Claro.

Abriu passagem para ela e pegou o seu casaco molhado.

— Está bebendo?

Ela notou. Era meio da semana e ele estava bebendo.

— Sim, whisky, aceita?

— Não, obrigada.

— Você está de óculos. Finalmente concorda comigo que você fica linda com ele?

Ross estava relaxado sentando em sua poltrona, enquanto Laura estava andando ao redor da pequena sala acoplada ao quarto.

— Claro, porque todas as vezes que uma mulher faz uma mudança em si, é para agradar um homem.