Eu voltei, agora volte

60 3 6
                                    

Corpos conversam. Aqui, dois corpos estavam se falando e respondendo. Suposição um pouco abstrata, mas assim era.

Cada vez que o corpo de Laura  chegava perto do corpo de Ross,  algo dizia, “Eu te conheço, sei o que fazer.”, e ao sentir os lábios de Laura em seu pescoço Ross experimentava algo dentro dele ascender e dizer,  “Eu sei que isso mexe com você.”

Ele desceu pelo corpo dela beijando seus seios e cada parte do abdômen. Suas mãos estavam presas em cada lado da barriga dela, porque sabia que ela se  arrepiaria e mexeria, mas o  garoto queria total atenção no que estava fazendo naquele momento “Por favor, não pare.”

Ross estava sobre ela e sorriu quando viu o mesmo desejo que ele sentia nos olhos dela. Laura puxou o pescoço do loiro  querendo beijá-lo de novo. Muito precisava ser dito, mas agora não era uma hora propícia para falar:

É como aquela teoria da física sobre eletromagnetismo, meu corpo respondia ao seu, mas o tempo passou nos afastamos e outras teorias ficaram sobre nós.

Agora bastou você se aproximar de novo, que como uma imã fui atraído. Mesmo que eu quisesse, não conseguiria me afastar. Meu corpo fala com o seu, como se fosse um amigo distante que você reencontra e quer passar o máximo de tempo possível. Por favor, não se afasta. Você voltou e eu voltei.

Por favor, não me machuque, porque cada parte minha está em você e todos os meus sistemas de defesa estão desligados agora. Mesmo vendo o perigo, eu fui. Eu voltei para, agora quero que inteiramente você volte.

— Então, ainda parece que comeu arroz com brócolis?

Ross perguntou a menina deitada a sua frente.

Laura riu lembrando da primeira vez que ele perguntou isso.

Da última que eles dividiram uma cama, evitar o contato visual era de suma importância. Eles conversavam olhando para o teto. Entretanto, agora eles estavam virados um para outro, seus olhos estavam dentro da íris de ambos.

— Bom, digamos que cresci e  agora consigo comer brócolis.

Ela zombou o fazendo rir e se aproximar mais ainda, repousando a mão sobre sua cintura.

— Eu gostei disso com você. Posso te confessar algo?

Perguntou com seu semblante fechado.

— Se disser qualquer coisa sexista, eu me levanto agora e vou embora.

Laura declarou correspondendo a seriedade dele.

— Nunca. Só ia dizer que agora que estamos mais maduros e não temos mais 17 anos. — Quando percebeu o que ele queria falar, riu junto dele, que estava com as bochechas vermelhas. — Me custa dizer isso, mas foi muito melhor agora.

— Sim, com certeza sim. — Ela confessou escondendo seu rosto no travesseiro. — Não éramos ruins também

— Não éramos bons, mas sinto muito, por muita coisa naquela época.

A gargalhada dela saiu muito alto.

— Não, achávamos que estávamos indo bem.

— Pode ser, quer dizer, Beatles são de 1963, mas Something só foi lançando em 1969.

— Something é sua música favorita?

Laura poderia não ser fã da banda, mas graças a Riley sabia muitas músicas agora.

O Que Vem Depois?Onde histórias criam vida. Descubra agora