As Dualiades

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Últimos capitulos...preparem o coração

Havia uma doce sensação em Laura de finalmente ter encontrado o que buscava. Sempre buscou ser madura, ser sem erros e franquezas, apenas sendo uma adulta ainda com 15 anos. Poucas vezes em sua vida se permitiu ser realmente frágil, mas estava ainda que lentamente, entendendo que força não era sinônimo de invencibilidade.

Estava pronta para voltar para casa. As malas estavam prontas e o carro amarelo continuava intacto. Iria mais cedo do que disse inicialmente, todavia não tinha outra opção. Ross foi chamado pelo escritório e tinham que voltar.

Ao se despedir de Ellen sua reação primaria ao ver o sorriso dela foi abraçá-la mais uma vez. Um abraço profundamente longo e saudoso. Elas se encontraram e não poderiam se perder mais, porém havia esse medo. Se tudo que viveram fosse apenas um sonho? Parecia ser bom e fácil demais para acreditar. Despois de 22 anos de vínculos perdidos se reencontraram e agora sabiam que poderiam ter uma à outra.

— Por que não vem comigo?

Laura perguntou ainda presa no abraço.

— Como?

— Vem para Nova York, apenas por um dia ou dois. Significaria muito poder ter lá, posso te apresentar minha família.

— Tem certeza?

Foi assim que Ellen ocupou o último espaço dentro do carro amarelo. Embora, tivesse certeza que nada quebraria o que agora foi firmado entre eles, não queria deixá-la, pelo menos não ainda.

— Então, vamos?

Ross perguntou sendo ele que dirigiria durante a volta. Por um milésimo de segundo, enquanto ajustava a cadeira de Emma e tentava fazer todas as mochilas e coisas de bebê caberem no porta-malas seus olhos foram em Laura. Um ato natural não deveria os chocar tanto, mas assim que ela o viu nesse mínimo tempo se virou e entrou no carro mais rápido do que podia. Foi difícil não se lembrar do dia anterior.

Namora comigo?

Ela perguntou e parecia ser uma pergunta como "vamos comer frango ou carne?"

— O que você disse? — Se distanciou alguns centímetros do rosto dela rindo do que tinha ouvido. A pergunta foi cômica e a achou tão engraçada como qualquer piada que ela contava, exceto que pessoas não tem costume de contar piadas com semblantes fechados. — Disse sério? Isso foi sério? — Seu sorriso sumiu e voltou a ficar tão sério quanto ela, com o adicional que estava começando a ficar nervoso. Nervoso a ponto de sua voz ficar estranhamente aguda.

— Não, claro que não. — Ela abriu um sorriso e gargalhou como fazia quando estava mais nervosa do que tinha noção. — Uau! Sério, Ross? Como...como...sabe quando estou brincando, cara. Eu e você namorando? Isso não existe. — Sua fala rápida e desajeitada só deixava evidente seu nervosismo. — Acho que vou dormir.

(...)

E então ela foi para cama pela manhã com o rosto queimando de vergonha, enquanto ele passou aquela noite acordado em frente as cercas de madeira. Para sua sorte ou azar Harriet enviou uma mensagem dizendo que teria que voltar para o escritório urgentemente.

Agora, passados vinte minutos que tinham entrado no carro sentindo que não tinha ido nem três minutos, eles simplesmente não conseguiam conversar. Riley mostrou para Ellen suas músicas favoritas dos Beatles e o ambiente não era de guerra. Laura se divertia ouvindo as histórias que Ellen contava e vendo as filhas pelo retrovisor do carro, todavia, bastava olhar para o lado que seu cenho fechava e não queria mais sorrir.

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