Prólogo - céu cheio de estrelas

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San Diego

Depois de sobreviver ao ensino médio, Laura Marie Marano está pronta para ir para a universidade. A vida dela, como ela diz, começa agora. Este seria seu último verão em casa antes de se mudar para Boston e ficar longe dos limites da Califórnia. Fugindo do que diz Katy Perry: “California girls, we're unforgettable. Daisy Dukes, bikinis on top. Sun-kissed skin, so hot.” Laura sonha com o dia em que vai para Harvard fazer o que sempre quis: Matemática Aplicada.

E para encerrar esse ciclo perfeito, ela passou as últimas horas do dia anterior e as primeiras horas deste dia em uma festa. Uma festa longa e incrível que a fez rever sua relação com a bebida. Algumas vezes ela tentou se levantar do sofá para desligar o despertador, mas a ressaca e a gravidade têm um poder incrível.

— Por favor, pare com isso.

Sua mente, que está em inércia, acordou ao ouvir o homem desconhecido. Ela gritou mais alto do que sua garganta poderia suportar.

— Quem é você?

Como objeto de defesa pegou a luminária da mesa. Seu grito foi alto o suficiente para assustar o estranho e fazê-lo levantar-se.

— Ross Shor Gabriel Lynch, tenho 19 anos. —  Ele ergueu as mãos como se estivesse sendo interrogado. — Tenho dois irmãos, Amy e Axel. Sim, meus pais tinham preferência por uma letra. O nome da minha mãe é Karen Lynch e o nome do meu padrasto é Chris Yan. —  Nervoso, ele disse o mais rápido possível. — Mais alguma coisa? —  Diante de seu semblante confuso e assustado, Laura baixou a arma e tentou encará-lo.

— Nós nos conhecemos?

Ele está de calça e ela de pijama, o que é um bom sinal.

— Posso pegar minha camisa?

— Claro. — Ela tentou, no meio de sua forte ressaca, procurar lembranças reais da noite passada. — Você se formou ontem também?

— Não, fui convidado por...— Ele sentou-se ao lado dela, mas ao ver a expressão no rosto dela se levantou. — Acho que vou ficar de pé.

— Aconteceu alguma coisa entre nós?

— Não, te dei carona e não me lembro de muita coisa depois, acho que dormi aqui no chão.

— Bom, acho melhor você ir.

Sua cabeça está doendo como nunca antes e ela viajará em algumas horas.

— Tudo bem. —  Ele caminhou sozinho em direção à porta. — Espere, ainda não sei seu nome.

— É importante?

Se virou para ele, que estava ali esperando uma resposta.

— Você sabe a meu. Quase lhe contei a senha do meu banco.

Ele confessou, fazendo-a rir e relaxar.

— Laura, é um prazer, Lynch.

Ela responderia qualquer coisa, a única coisa que ela queria fazer era dormir.

— Prefiro Ross.

Ele deu alguns passos para trás.

— O que?

— Eu prefiro ser chamado de Ross.

Nenhum dos dois se lembraria de muita coisa, mas há alguns detalhes que não serão confundidos com as lembranças do dia anterior, como a voz dele e o olhar confuso dela.

— Por que isso deveria importar? Nunca mais vou te ver.

— Se nos encontrarmos novamente, prefiro Ross. — Ele se dirigiu para a porta e observou a garota por alguns segundos antes de sair. — Foi um prazer conhecê-la, Lau.

Ele sorriu calorosamente antes de sair.

— Bom dia, Laura. —  Quando a porta da frente se fechou, alguém desceu as escadas. — Quem era?

Vanessa Marano é cinco anos mais velha, seus olhos são tão escuros quanto os do pai, ela herdou as maçãs do rosto da avó Julie, enquanto seu cabelo é uma combinação do que seu cabeleireiro, Greg, jurou ser castanho dourado. Ao contrário de Laura, Vanessa ama o mundo como ele é, por isso decidiu que os seus sonhos se tornarão realidade no lugar onde nasceu, cresceu e pretende criar um jardim de cactos.

— Não é importante. O que aconteceu ontem à noite?

— Bem, digamos apenas que você e a Sra. Tequila tiveram um relacionamento intenso.

— Não posso acreditar. — É a primeira e última vez que ela bebeu. — Como você pode estar tão bem?

— Experiência. —  Queria ser a irmã mais velha preocupada, mas a situação é hilária. — Então, já fez as malas?

— Para que?

— Laura, temos uma viagem para Malibu. Você já se despediu de San Diego?

— Há muito tempo. — Sorriu sabendo que este é seu último dia na cidade. — Pronto para suas férias de verão?

— Nasci pronta.

Ela está genuinamente feliz por estar de férias da universidade.

— Vou tomar um banho e vamos embora.

Malibu é o cenário anual para um grupo de amigos. Na verdade, amigos da Vanessa que estudam na UCLA. Laura viu uma oportunidade de se despedir do clima quente e da vida ali, além de conseguir um emprego de verão para economizar dinheiro.

As duas seguiram felizes e sozinhas até o aeroporto e nem o choro de uma criança nos bancos traseiros do avião tirou a paz delas que continuaram rindo de piadas internas e pensando no que fariam quando chegassem a Malibu.

— Então, você ficou com aquele garoto?

— Estou lembrando de algumas coisas e até agora ele não está nas minhas memórias. —  Disse, bebendo mais de seu comprimido para dormir. Precisa deste voo de uma hora para dormir o mínimo possível. — Por que não dirigimos?

— Então, um estranho dorme em nossa casa e não sabe nada sobre ele? E só para constar, discutimos isso na semana passada, não gosto de dirigir e você está com medo.

Os dois continuaram tendo duas conversas simultâneas.

— Ele parecia inofensivo e se tivesse dito que as passagens seriam tão caras teria superado meus medos com certeza.

— Esqueça o carro. —  Queria atenção para poder voltar à discussão sobre o que lhe parecia melhor. — Como foi? Ele fez você esquecer, sabe, aquela pessoa?

—  Não sei, não lembro muito, a voz dele é muito familiar, acho que o reconheceria só pela voz. Enfim, o que me fez esquecer a pessoa que você acabou de lembrar foi a tequila. De qualquer forma, queria saber como conheci aquele loiro estranho.

— Sinto muito, mas quer saber? Vamos esquecer tudo o que aconteceu nos últimos meses e aproveitar o verão.

— Você beijou o loiro estranho. —  Como disse, reconheceria a voz se ouvisse. Ela não precisava se virar para saber quem está atrás dela. — Oi, Lau.

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⏰ Última atualização: Nov 14, 2023 ⏰

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