Que haja estrelas no final

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Pessoal não sei avisei, mas pretendo terminar essa fanfic ainda esse ano. Falta capítulos, mas queria falar, caso esqueça.

A vida, de forma geral, não é uma linha reta entre nascer, viver e morrer. Se fosse comparada a algo seria a uma montanha russa, cheia de curvas e direções sinuosas, você apenas se coloca nesse perigo e enquanto grita euforicamente espera para a próxima linearidade dos trilhos. Seu coração está acelerado, entre rir e chorar, observa-se como outros ao redor se comportam e fortemente se prende a segurança do carrinho até que o passeio chegue ao fim, Então, quando fim chega e as cargas altas de adrenalina vão embora, você olha para trás e sabe que aqueles poucos minutos amedrontadores que fizeram seu coração saltar valeu a pena. Essa é a vida, um passeio perigoso que no final, precisa valer a pena.

No pequeno apartamento que parecia ser gigante aos olhos de muitos, tudo acontecia como normalmente nas últimas semanas. Era 04:45 horas da manhã e Laura era abruptamente acordada por Emma.

— Vai.

Empurrou o corpo estirado na sua cama que dormia de bruços e com um dos braços do lado de fora do colchão.

— O combinado é 05:00

Avisou sonolento e ignorando o barulho da Babá Eletrônica.

Havia semanas que todas as noites deixava o sofá da sala e corria para a cama mais confortável da casa. Por mais gentil que tenha sido o convite de Maia para dormir em sua casa, Ross pela primeira vez odiou festas e conviver com alguém que ama isso. Maia tinha os horários mais conturbados do mundo e não conseguiria acompanhá-la no ritmo que ela vivia.

O sofá da casa de Laura era muito mais confortável, até poder ir para o quarto dela e dormir na mesma cama que ela, mesmo que ambos ainda tivessem sérios problemas para dividir o mesmo espaço, se acostumaram com mais travesseiros e cobertores extras na cama.

— Quando voltar não te quero aqui. — De olhos fechados e bocejando Laura caminhou para o quarto das filhas. Riley dormia com fones anti ruídos, enquanto Emma seguia chorando. — Bom dia madrugadora da mamãe. — Pegou a bebê em seu colo e caminhou com ela em direção a cozinha. — Raini? — Sentada onde deveria ser a cama de Ross estava sua companheira de apartamento. — Está tudo bem?

Sua amiga estava sentada no sofá com seu pijama de listras e olhava para o chão da casa. Se a imagem fosse oposta, Raini sabia que provavelmente Laura estava procurando alguma sujeira no tapete, mas não era o contrário. Quem estava sentada no meio da madrugada com os olhos fixos no chão era Raini.

— Abuela morreu.

Suz voz estava embargada e ainda não conseguia focar em outros pontos da casa, todavia, ao contrario do que o ponto de visão de Laura mostrava, Raini não estava olhando para o chão, seus olhos estavam o quadro disposto na prateleira abaixo da televisão. Um quadro de multicores desenhado por Riley e que recebeu um grande autografo anos atrás.

"Así como el para siempre nunca muere, mi amor por ti te sigue hasta el fin de las estrellas, dondequiera que vayas. Mis niñas fuertes."

*"Assim como para sempre nunca morre, meu amor por você te segue até o fim das estrelas, onde quer que você vá, minhas garotas fortes.

(...)

Foi como entrar um pesadelo. Várias e várias lembranças de como os amigos conheceram Abuela vinha na memória de cada um, por mais que não quisessem. Não podiam mandar em seus subconscientes, mas controlaram as lágrimas perto de Raini que tinha perdido seu chão. Seus sentidos foram roubados naquela madrugada. Não sentia fome, não conseguia deixar de abraçar e inalar o perfume do casaco de lã, não ouvia ninguém ao seu redor. Ela simplesmente orbitava em seu mundo pessoal e distante.

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