Para Sempres que Terminam

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Há pontos finais em grandes frases. Mais de um, sempre. Eles são necessários, mas saber disso não diminui que finais, na maioria das vezes são difíceis de ser aceitos, principalmente quando cabia uma vírgula.

Ross e Laura ficaram acordados abraçados em silêncio o quanto deu. Não que quisessem se separar, não queriam, mas ficaram juntos até quando o tempo permitiu. Ela escondendo seu rosto na dobra do pescoço dele, que continuava a abraçando. Embora, sentisse seu peito molhado, todas as vezes que sentia que ia chorar, beijava a cabeça dela e prendia as lágrimas.

Riley e Emma acordaram quase que ao mesmo tempo e os dois se deslocaram até o quarto delas. Enquanto Riley estava buscando dormir de novo nos braços do pai, Emma se agarrou em Laura com força.

Foi difícil olhar um para outro, o que inevitavelmente acontecia, enquanto balançavam as meninas.

— Temos que conversar com elas.

Segurando Emma e observando que a bebê iria chorar de novo disse o que estava transitando em sua cabeça.

— Claro —Riley estava cochilando em seus braços, mas não disse nada alto. — Pode ser a noite? Tenho que ir no escritório, prometi que iria até lá. — Devagar e cuidadosamente deitou a criança de novo na cama. A cobriu e beijou sua testa. — Acho que já devo ir inclusive.

— Tudo bem.

Pouco perdidos e sem ter certeza de como um ato simples aconteceria, apenas apertaram a mão um do outro.

Assim, estranho e sem muito a dizer e fazer, se despediram.

(...)

— Aí está ele, o autor do artigo mais lido da nossa coluna.

Ross estava distante de qualquer pensamento logica e sua própria racionalidade natural. Quando Laura chegou em casa era por volta das 04:00 da manhã e agora já era 09:00 horas, não era a falta de sono ou cansaço que o afligia, sabia disso, mas poderia culpar isto, enquanto seus olhos não desinchavam e não conseguia ser como de costume era.

— Oi, Danny, certo?

Ainda que fosse errado, não conseguia ter certeza sobre o nome do chefe que o contratou. Foi ao antigo emprego por querer conversar com Harriet, não pensava que encontraria o homem lá.

— Isso. — Sentou de frente para o garoto que procurou por uma cadeira. — Seu texto alcançou números impressionantes Ross.

— Legal, fico feliz.

Poderia mostrar qualquer tipo de empolgação depois, não agora.

— Bom. — O editor chefe não entendia como o escritor de tanto sucesso não conseguia sorrir como ele estava. — Vim aqui atrás de outra pessoa. — Apontou para Harriet que estava distraída.

— Eu? Por que?

— Ross disse que você fez a correção dos textos dele. Seria interessante te ter na nossa equipe de revisão, se quiser, é claro.

— Seria uma grande honra, obrigada.

— E tem mais uma grande novidade. —Antes do chefe de Ross ser mais uma vez um Papai Noel longe do Natal, o celular dele tocou. — Me deem licença rapidamente.

— Sua vinda até aqui tem a ver com esse rosto que está literalmente igual ao emoji triste do teclado? — Harriet ironizou e sua simples brincadeira conseguiu tirar um sorriso que nem elogios do chefe fez. Ele continuava de braços cruzados e olhando para baixo, mas pela primeira vez algo parecido com um sorriso apareceu. — É sério, está parecendo a Tristeza de Divertidamente.

O Que Vem Depois?Onde histórias criam vida. Descubra agora