Apenas sendo

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O pequeno dilúvio na casa de Laura estava razoavelmente controlado, mas quando ela entrou no seu apartamento tudo que conseguia ver era um desastre de magnitude 04.

— Acho que você mudou algumas coisas por aqui. —Ross brincou quando viu o aguaceiro, mas somente pelos olhos de Laura ele sabia que a brincadeira não tinha sido boa. — Foi mal.


— Bom ver vocês. — Ryan falou aparecendo na sala. — Olha, não me mata, mas o movimento na livraria está bem intenso hoje e Raini pediu para que eu fosse para lá, e com pediu, quero dizer que ela exigiu.
 

— Tudo bem, pode ir.

 
Não iria falar mais nada, Laura estava cansada demais até para isso.

 
— Emma mamou e dormiu, acho você tem umas três horas de descanso.

 Ryan avisou. 

— Descanso?

 Laura olhou para o amigo rindo. 

— Podíamos fazer uma canoa e flutuar. — Ross brincou novamente. — Acho que vou começar a pedir permissão para falar.

— Pode ir, eu dou jeito aqui. Bom trabalho.

Laura dispensou Ryan, que queria mais que tudo ajudar a amiga, mas precisava também pensar no trabalho que tinha duplicado com a ausência dela.
 

— Sabe usar um rodo?

Ela perguntou olhando para o loiro sentado em seu sofá.

— Tenho permissão para falar?

 
Ross perguntou.

— Sim.

 Laura revirou os olhos. 

— Sim, eu sei usar um rodo. Por onde devo começar?

 
Estava animado em ajudá-la.

— Por onde quiser. — Ela falou sem muita vontade de falar mais nada. — Eu vou só ver Emma antes.

— Tudo bem.

Assim que Laura saiu ele ficou parado por alguns minutos antes. Ver as paredes rabiscadas, o sofá muito confortável, era tão estranho pensar o quão em casa ele se sentia em um local que ficou por pouquíssimo tempo e o lugar que tinha vivido por sete anos se tornou inabitável para ele. Seus doces pensamentos foram interrompidos e ele pegou no objeto que poucas vezes na vida usou e passou a puxar toda a água do local.

— Ela está dormindo como um anjo.

Laura comentou com o loiro

— Que bom. — A mãe das meninas ainda se sentia pouco confortável na presença dele, mas dado o evento atual, podia aceitar a ajuda dele. — Ei, ela tem sono muito pesado?

— Emma? Por que quer saber?

Ele estava desconfiada dela.

— Tem muita água aqui e parece que vamos demorar um pouco, podíamos ouvir um pouco de música, enquanto isso.
 

A sugestão foi dada de um jeito tímido, tal como ele se sentia perto dela.

— Pode ser, mas eu mando na playlist.

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