Em Busca do Tempo Perdido

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Nova York, 2019

A vida de Laura não era tão diferente do que era agora, exceto que ela tinha apenas uma criança sobre sua responsabilidade. Riley de três anos.



— Gato.


O homem de pouco mais de 23 anos trouxe para a conversa um outro animal que a namorada talvez pudesse aprovar para viver com eles.


— Não Davi, desiste.


Laura respondeu rindo da remota possibilidade de ter um animal na sua casa.


— É David, pequena pessoa.


Abraçou a agitada mulher e passou as mãos ao redor da cintura dela.

David era um pouco mais velho que Laura, era estudante de História. Tinha ido da França para Nova York apenas para fazer um trabalho e já estava vivendo lá há dois anos.


— Tudo bem, David. — Beijou os lábios já marcados pelo batom dela. — Diz para o Davi, meu namorado exageradamente inteligente, que se ele entende um pouco de matemática, sabe que definitivamente não cabe mais nenhum ser vivo dentro deste apartamento.


— É, disso eu sei. É um milagre Riley ter conseguido aprender a andar aqui dentro.


Ele era tão lindo, seu cabelo raspado parecia ter o deixado ainda mais bonito. Laura já conseguia ler, através dos olhos castanhos tudo que ele não conseguia dizer em palavras.


— Muito engraçado.


— Mas, essa falta de espaço poderia ser resolvida facilmente, se você aceitasse minha proposta.



Ele relembrou o pedido feito dias atrás.

David não era apenas lindo, ele era inteligente e quando não estava com Laura estava na universidade estudando. A Marano tinha nele um apoiador para tudo. Quando ela estava na Livraria, ele ficava com Riley em casa e como ele amava a filha da namorada. Pela criança já tinha passado dias acordado, mesmo em dias de avaliações na Universidade, aliás, ele amava Laura mais do que conseguia dizer.


— Acho que já está na hora de ir para livraria.


A garota mudou de assunto.


— Vai fugir pela tangente de novo?


Perguntou vendo a namorada indo para cozinha.


— Não estou fugindo, até porque, você sabe minha resposta.


— E eu continuo sem entender. Podíamos comprar uma casa aqui no bairro. Diz sim Laura, por favor. Podíamos ter um lugar pequeno, um quarto para nós, um para Riley e quem sabe até um pequeno viveiro para um furão?


Pegou nas mãos dela e deixou-se levar em seus sonhos coloridos.


— Ei, você sabe que não posso pensar só em mim, Raini está na faculdade, ela não ia conseguir manter esse apartamento sozinha. Me entende, por favor?


Beijou as bochechas dele as manchando ainda com seu batom.


— Claro que te entendo, eu te amo, não é? Parte de te amar, é conseguir te entender pequena pessoa.

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