Felicidade Volúvel

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Nova York, setembro de 2020

De noite as luzes do holofote, de manhã o sol passando pela janela. Esses eram os dias de Ross e de seus irmãos, mas por motivos diferentes. Por vezes, desde que deixaram suas casas em Seattle a rotina de Rocky e Riker era acordar cedo e procurar por Ross. Rocky em alguns momentos preferia ficar sentado em algum bar observando o irmão caçula, depois o segui-lo até para motel barato que ele estivesse indo ou o hotel que estavam hospedados.

O incidente em Praga os ensinou muito. Foram dois dias, era para ser apenas dois dias de autógrafos e entrevistas, todavia, assim que pisaram no hotel Ross saiu com uma mulher que conheceu no avião. Como era de costume dele sair, não falaram nada, contudo, depois de mais de doze horas passadas, chamaram a polícia e estavam a ponto de ligar para Stormie. Riker imaginou milhares de cenários catastróficos a ficou paralisado de medo por mais tempo do que se lembrava.

O escritor apareceu no dia seguinte e não se lembrava onde esteve durante metade de um dia. Rocky pensou que deveria deixar de agenciar a carreira de Ross, mas o medo do que poderia acontecer sem eles por perto, os impedia de ir. O mais velho ainda consumido pela raiva instalou um rastreador no celular do seu 'cliente', e graças por terem feito isto.

Poucos meses depois estavam em Nova York conversando com outros editores e resolvendo demandas que precisavam da atenção dos Lynch's mais velhos. Não fizeram tanta questão de Ross das reuniões e ele mesmo não queria ouvir temas burocráticos que se tornariam motivos de discussão mais tarde.

— Onde está aquele idiota?

Riker gritou mais alto do que tinha noção. Era 05:00 horas da manhã e tudo que ele queria era voltar para casa após tantas conversas exaustivas que não os levou há lugar nenhum. Era simples, sem um novo livro Ross não tinha a menor chance de voltar a crescer no mercado literário.

— Acho que é esse quarto.

Rocky parou em frente ao cômodo notando a última atualização do aplicativo de localização.

Riker respirou fundo com seus punhos cerrados. Sentia um misto de exaustão com raiva pela imaturidade de Ross que as vezes pensava se valia a pena tudo que fazia e o sentimento não mudou quando mais uma vez encontrou o loiro deitado totalmente bêbado e fora da realidade.

— Essa parece estar tão bêbada quanto ele.

Rocky observou a garota deitada ao lado do irmão. Estava dormindo também e somente subjugou o estado sóbrio dela, por contar as garrafas que estava do lado dela na cama.

— Vamos embora. Precisamos voltar para Seattle

Riker observou rapidamente a garota, porém devido ao seu cansaço não queria dizer mais nada. Eram já muito bem treinados, por isso junto de Rocky levantou o corpo do garoto, colocou uma calça nele, pegou os pertences jogados no chão e outra vez fizeram sua própria performance de "Um Morto Muito Louco". Ross não tinha condições de abrir os olhos e seus passos eram tão lentos que os agentes desistiram e carregaram ele no colo até chegarem no carro. Era mais um dia comum, pelo menos pensaram assim.

(...)

Meses depois lá estava ele beijando a garota que conheceu anos antes de sua vida mudar completamente. Deitados no tapete da sala não fizeram mais que dar alguns beijos. Emma tinha dormido dentro do cercadinho e Ellen minutos atrás iria avisar que Riley tinha dormido, mas os encontrou no mesmo estado atual. Os dois emaranhados nos braços um do outro beijando como um novo casal.

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