Será que sente falta?

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Nova York, 2016

— E lá vamos nós Riley. — O pediatra da bebê disse a colocando na maca. A bebê estava há uma semana de completar seus sete meses e Laura como mãe pela primeira vez levava a filha ao médico uma vez ao mês. — Ei, olhos em mim pequena. —Dr. Maxwell tinha um pequeno brinquedo em mãos para entreter a criança, enquanto a examinava. — Que linda marca de nascença você tem aqui Riley. — O pediatra brincou em relação a pequena mancha rosada que a criança tinha atrás do pescoço. — Ela herdou do pai ou de você, senhora Marano?

— Pai.

Respondeu objetivamente e na esperança que ele não fizesse nenhuma pergunta paternal.

Laura evitava a todo custo pensar em Ross e sinceramente não havia muito tempo para pensar nele. Tinha uma filha e um trabalho de meio período recém conquistado em uma livraria. Ross era o último dos pensamentos.

— Ok, entendi. Pronto, está bebê está ótima.

Entregou a garotinha para a mãe.

— Então...

Laura ficou esperando o pediatra falar algo. Nunca gostou de longos silêncios misteriosos.

— Ela está bem, nada o que se preocupar.

Ele falou com calma

— Nada? Sério?

O olhar dela indicava que se ele não mudasse sua resposta trocaria de médico assim que saísse dali.

— Sim. — Apontou para cadeira para que a jovem sentasse de frente para ele. — Laura, o que Riley teve foi surpreendente, não imaginávamos que uma bebê que nasceu naturalmente de 40 semanas pudesse ter DBP. — O médico explicou olhando nos olhos dela. Era o terceiro pediatra que consultava e Dr. Maxwell sabia disso.— Mas, passou, Riley está bem. Claro, há consequências, mas nada que a prenda em um pulmão artificial.

DBP (Displasia broncopulmonar), era uma doença que dava majoritariamente em bebês prematuros. Imagine a surpresa de Laura quando viu sua filha de dois meses presa em máquinas que faziam a função que seus pequenos pulmões deveriam fazer.

— Ela está bem, é uma garotinha sorridente, que tem uma vida inteira pela frente. Esqueça o que passou, Riley precisa de você menina.

Falou se referenciando a pouca idade de Laura.

Depois que foi para casa, seu pensamento acelerado não a deixou em paz. Poderia ter perdido Riley para sempre. Não podia imaginar sua vida sem ela. Foi aí que uma ideia a ocorreu. Se algo tivesse acontecido com Riley havia uma outra pessoa que nem sabia da sua existência. Chame de peso de consciência, todavia Laura agora estava pensando no pai de Riley, alguém que não pensava há meses.

Precisava falar com ele, pelo menos para dizer que tinham uma filha. Então, naquela noite, depois de pôr a menina para dormir pegou papel e caneta e escreveu o que nem imaginava que escreveria.
Assinado Laura Marano. "

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Seattle, atualmente

Ele releu a carta mais de quinze vezes para ter certeza que não estava lendo errado. Em sua cabeça já tinha falado todos os palavrões que lembrava e seu coração estava um pouco acelerado.

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