De tempos em Tempos, segredos

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Laura trabalhava demais, todos sabiam disso. Ela desconhecia a palavra descanso quando entrava na livraria. Alguns diriam que isso era comprometimento e responsabilidade, outros, amigos que a conheciam e passavam grande parte do dia juntos, viam que algo estava errado.

— Estou ficando preocupada.

Maia deixou seu posto no atendimento ao cliente e foi em direção aos outros dois.

— Por que?

Raini não estava interessada em organizar mais planilhas no computador, mas valia ignorar essa e qualquer outra tarefa.

— É a terceira vez que Laura coloca aquele livro na ordem errada.

Comentou observando a mulher que estava em silêncio desde o início do dia.

— O que tem demais?

Ryan se aproximou deixando a maquina de café fazer seu trabalho sem ele por perto.

— Ela errou a própria ordem de organização dela.

— Qual será o problema?

Raini a encarou preocupada.

— Ross e ela me pareciam normais hoje de manhã.

Maia pensou.

— Não é a situação com a Vanessa? Tem duas semanas que ela não aparece.

Ryan analisou.

— Temos que descobrir porque então. Acabamos aqui e vamos?

Raini os avisou sabendo que apenas não iria naquele momento, por causa do movimento. Todos concordaram e voltaram aos seus afazeres observando a gerente de longe. Mesmo fazendo tudo que normalmente fazia, havia estranho e o quarteto ainda seguia como eram desde o seu primeiro ano, se protegiam e cuidavam um do outro.

(...)

Ross era entre muitas coisas positivas e negativas, positivo sobre a vida. Poderia soar como egocentrismo, todavia, gostava de acreditar que depois de muitas tempestades, o sol viria, gostando ou não disso, ele aparecia e seria forçado a brilhar sobre as nuvens pesadas. Um dia falaria desse estilo de pensamento com suas filhas, sim, filhas no plural, porque agora por onde ia, levava Emma junto dele e Riley.

Agora que ensinava a menina a andar em seu próprio skate em um parque perto de casa, a bebê estava dentro do que por muito chamou de lençol gigante, mas agora sabia que se chamava sling e Laura usava um como aquele quando saia sozinha com Emma e não queria usar o carrinho.

— Pronto, podemos tirar o capacete agora.

Ele ajoelhou-se no chão para tirar todo o equipamento de segurança que a filha usava.

— Papai, você ainda vai trabalhar hoje?

— Sim, infelizmente pequena. — Viu o rosto entristecido dela com a notícia. — Mas, podemos almoçar juntos ainda, o que acha?

— Perfeito. — O ajudou a tirar as joelheiras. — Tem trabalhado menos depois que mudou de emprego papai.

Pegou seu skate e andou ao lado dele que, além de sua irmã tinha duas bolsas cheias de coisas.

— Sim. — Sorriu por ela ter se lembrado disso, que era verdade. Ter deixado a correção de livros o deixou com mais tempo livre, não tanto como quando era escritor, mas era algo. Tinha algumas manhãs livres, como agora e voltava cedo para casa. — A revista gosto do que escrevo e isso é algo bom, significa que posso vir ao parque com você e sua irmã e jantar do seu lado e te ver comendo comida de verdade. — Entregou uma maça para que a resistente menina se alimentasse.

O Que Vem Depois?Onde histórias criam vida. Descubra agora