Capítulo XXIII

51 5 18
                                    

Bakugou POV

Já se passou uma semana desde aquele dia, e eu decidi que para fortalecer a minha relação de pai e filho com Ryota, irei leva-lo ao shopping, só nós dois, um dia só nosso:

-Todo?-eu chamei-o e ele apenas encarou-me- O que achas de eu levar o Ryota ao shopping? Eu pensei nisso numa forma de fortalecer a nossa relação de pai e filho.

-Eu acho que é uma ótima ideia, mas como é que o vais convencer?

-Não sei muito bem, na verdade... JÁ SEI- gritei- Eu vou precisar da tua ajuda...-eu disse com um sorriso no rosto

-Não vem aí coisa boa... Manda...-ele disse encarando-me desconfiado

-Eu digo-lhe que tu saíste com Yukio para comprar alguma cena, mas que tu precisavas do Ryota para alguma cena e então pediste-me para eu o levar ao vosso encontro, mas pelo caminho eu mudo a rota e vamos ao shopping com o intuito de comprar alguma coisa para ti, porque tu pediste...-eu disse e ele encarou-me com deboche

-Não, eu já estou na merda com o meu filho, não quero que ele me odeie mais por lhe ter mentido...

-Mas ele não vai saber que lhe mentiste, eu juro, alguma coisa a culpa foi toda minha... por favor...

-Não sei Baku, e se ele descobre...

-Por favor amor...-eu disse fazendo cara de cachorro abandonado e ele cedeu.


Quebra de tempo

Eu já falei com Ryota, e estamos a caminho do shopping. No início ele não estava a querer ir, mas depois acabou por aceitar pois ele não quer desobedecer ao Todo, eu até me senti um pouco mal por lhe estar a mentir, mas é preciso.

O caminho está silencioso, ele está ao meu lado, eu tentei dar-lhe a mão mas ele apenas olhou-me com raiva e afastou-se um pouco para o lado, isto não vai ser fácil.

Finalmente chegamos ao shopping e ele ficou confuso.

-Nós não tínhamos que ir ter com o pai?

-Sim, mas ele pediu para eu comprar uma coisa então como fica a caminho eu decidi vir aqui agora.-eu disse encarando-o com um sorriso ele apenas encarou-me com frieza

-Hum...-ele murmurou e começou a andar, e eu acompanhei-o. Nós estávamos a andar pelo meio do shopping quando eu decidi quebrar o silêncio

-Então Ryota, porque é que me odeias?-eu disse sem o olhar e ele parou no meio da multidão

- Eu não te odeio, só não gosto de ti...-ele disse encarando-me com deboche

-Como assim não gostas de mim? Eu sou teu pai!

-TU NÃO ÉS MEU PAI, TU NUNCA ESTIVESTE LÁ QUANDO EU MAIS PRECISEI, TU NÃO ME AJUDASTE QUANDO GOZARAM COMIGO NA CRECHE, TU FIZESTE-ME ACREDITAR QUE ESTAVAS NO CÉU, EU PENSEI QUE NUNCA MAIS VOLTAVAS, EU FUI GOZADO POR NÃO TER UM PAI, TU FIZESTE O PAI SOFRER. EU POSSO SÓ TER 6 ANOS, MAS EU SEI QUE O PAPA NÃO ESTAVA NADA BEM, ELE CHORAVA TODAS AS NOITES NA MESA DA COZINHA. POR ISSO, TU NEM MERECES O TÍTULO DE PAI, TU NUNCA FOSTE UM PARA NÓS...-ele disse com lágrimas nos olhos.- EU ODEIO-TE, PORQUE É QUE TU NÃO DESAPARECES JÁ QUE É O MELHOR QUE SABES FAZER? MORRE...-ele disse e então começou a correr....


Ryota POV

-...MORRE...-eu disse e comecei a correr pelo meio das pessoas, quanto mais eu corria mais lágrimas caiam.

Eu corri até que eu parei num corredor, onde não tinha tanta movimentação.

Eu tentei recuperar o fôlego e encostei-me à parede, até que comecei a ouvir um choro vindo do corredor.

Eu segui o choro e deparei-me com um menino, ele estava sentado no chão abraçando as suas pernas e a cabeça apoiada nos joelhos.

Eu aproximei-me dele lentamente, e ajoelhei-me ao seu lado.

-Oi, o que fazes aqui sozinho? E porque é que estás a chorar? Os teus pais onde estão? Perdeste-te?-eu perguntei preocupado e ele encarou-me

-Eu não tenho pais, eles abandonaram-me quando eu era uma criancinha, eu vim aqui para ver se alguém me dava alguma comida pois não como a alguns dias, mas ninguém me dá nada... e tu, onde estão os teus pais?

-O meu pai está com o meu irmão à minha espera, mas antes tivemos que vir ao shopping pois o Bakugou teve que vir comprar algo que o pai Todo pediu.

-Quem é o Bakugou, e porque te deixou sozinho?-ele perguntou curioso

-O pai Todo diz que ele é nosso pai, mas eu não quero que ele seja o meu pai, ele deixou-nos sozinhos quando éramos bebês e agora apareceu do nada a dizer que é meu pai.-eu disse, desviando o olhar- E ele não me deixou sozinho, eu fugi dele...

-Sabes eu ficaria muito feliz se alguém aparecesse e dissesse que é meu pai, eu não tenho ninguém, nem pai nem mãe vivo na rua, sem comida e sem casa, devias dar mais valor ao que tens e perdoar o teu pai.- ele disse encarando-me com tristeza e logo depois deixou-me sozinho.





Continua.....





Notas das autoras:

Deixem a estrelinha⭐

A minha vida de merda 2Onde histórias criam vida. Descubra agora