CAPÍTULO 48

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Verônica 🦋

Liguei para minha psiquiatra por vídeo. Ela estava de férias, viajando fora do país e eu precisava muito.

~Seline: Roni? Como é bom te ver! Quanto tempo! -Disse, atendendo.

Pude ver através da imagem, transmitida pelo meu computador o quão feliz e radiante ela estava.

Seline sempre cuidou de mim, confio muito nela, é como se fosse minha mãe.

~Verônica: Oi Sel! Como vai?

~Seline: Estou ótima! Mas e você? Por quê parou com as terapias?

~Verônica: Achei que não precisasse mais... -Respondo sorrindo fraco.

~Seline: Não me lembro de ter dito que você não precisaria mais, já que a psiquiatra sou eu. -Falou me dando uma broncazinha.

~Verônica: Eu sei, desculpa!

~Seline: Me conta, sei que tem algo para dizer.

~Verônica: As crises voltaram. -Seline me olhou séria através do visor- depois de meses...

~Seline: Quando?

~Verônica: Hoje. Tive uma do Pânico.

~Seline: E os remédios?

~Verônica: Parei com eles já tem um tempo, também. -Seline suspirou em reprova do que eu havia falado.

~Seline: Verônica, eu sei que é difícil. E que quando viu que não precisava mais dos remédios, os descartou. Mas você devia me consultar antes, por isso, não podia ter parado com as terapias.

~Verônica: Eu sei, Seline! Mas é que... Eu queria me sentir bem depois de anos dependente dessas drogas! -Falei com o tom de voz mais elevado, sentindo as lágrimas se acumularem em meus olhos- Eu passo por isso, praticamente, a minha vida inteira! É pedir muito querer viver bem, sem me preocupar com remédios, crises ou medo? -Desabafo aos prantos.

Ouço Seline soltar um longo e pesado suspiro.

~Seline: Eu entendo, Roni. Eu entendo, mas são eles que te deixam protegida das crises. Não estavam te ajudando? -Pergunta e eu volto a olha-la- Então. Os remédios não são seus inimigos, pense por esse lado.

Passo os dedos pelo rosto para limpar as lágrimas que haviam caído por lá e respiro fundo. Seline está certa.

~Seline: Irei voltar em dois dias, assim que eu chegar te ligarei marcando uma consulta. Ok?! -Falou firme me olhando.

~Verônica: Certo... -Confirmei com a voz falha.

(...)

Sentada a mesa de minha casa, com as costas relaxadas sobre o encosto da cadeira, eu encarava os remédios espalhados em cima da mesa.

Talvez, nem seja tão grave. Essa pode ter sido a única crise. Nada mais.

Puppy, sentada no chão ao meu lado da cadeira, me encarava com seus olhinhos pedintes e redondos, ela parece sentir ou ouvir meus pensamentos.

Verônica: Está tudo bem, Puppynha. -Digo a pegando e sentando em meu colo.

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Oliver 🖊️

Encaro as horas em meu relógio. 23:05.

Paro em um semáforo e encaro as ruas, quase, desertas. Estou vindo da casa de meus pais, pois, discutimos sobre alguns investimentos e projetos novos. Na verdade, discuti com mamãe sobre isso, já que meu pai está ficando cada vez pior.

O sinal abre, mas antes de sair meu celular toca. Permaneço parado no mesmo lugar e encaro o visor lendo quem me ligava.

Verônica.

Sem pensar duas vezes atendo a ligação, levando o aparelho até o ouvido.

~Oliver: Verônica? Oi...

~Verônica: Pode vir aqui? -Falou me interrompendo.

Sua voz estava calma e baixa. Ela não parecia estar bêbada ou algo do tipo. Parecia estar perfeitamente bem.

~Oliver: Está tudo bem? -Pergunto preocupado. Até porque, ela estava me chamando para ir a sua casa às onze da noite. Algo poderia estar acontecendo.

~Verônica: Sim... Mas eu queria... -Diz e pausa, respirando fundo- eu queria ver você...

Ouvir aquilo fez com que meu coração saltasse. Um sorriso se formou em meus lábios e eu fiquei um tempo sem dizer nada, apenas tentando absorver tudo.

~Oliver: Estou chegando. -Digo por fim e pude ouvi-la sorrir do outro lado.

Desliguei a ligação e dei partida no carro. Antes de ir para a casa de Verônica, passei no Loues e comprei costeletas ao molho barbecue, pois sei que é o prato favorito de Verônica, e também, cervejas.

Sai e voltei para o carro. Liguei e segui agora, rumo para casa dela.

(...)

Cheguei, finalmente, depois de 20 minutos. Estaciono meu veículo e saio, carregando as sacolas com a comida.

O porteiro, que não era Patrick, provavelmente deve ser o noturno, me encara ao me aproximar.

Oliver: Boa noite! Gostaria de subir para o apartamento da senhorita Verônica. -Falo, enquanto ele me encara.

Porteiro: Boa noite. Um minuto, por favor! -Diz pegando o telefone, com certeza, para pedir autorização a ela.- Pode ir! -Libera depois, de abrir o portão.

Agradeço com um aceno de cabeça e entro. Caminho na direção do elevador para subir até o andar e ao entrar, aperto o botão.

Quando finalmente chego, ando até a porta e toco a campainha. Em segundos, o som de Verônica destrancando do outro lado, pode ser ouvido.

Nossos olhos se encontram, assim que ela abre. Verônica sorriu abertamente para mim, enquanto, me olhava e segurava a lateral da porta.

Linda como sempre.

Ela vestia um conjunto de pijama, composto por uma calça e camisa de mangas longas na cor vermelha.

Oliver: Trouxe comida! -Digo sorrindo, levantando as sacolas na altura do peito e fazendo Verônica as encararem.

Verônica: Entre. -Disse sorrindo e me dando passagem.

Entrei e imediatamente, sou recepcionado por Puppy, que tocava minha perna com suas patinhas dianteiras, enquanto, as de trás a mantinha de pé.

Oliver: Oi garota! -Falo me abaixando para acaricia-la.

ME AME INTENSAMENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora