CAPÍTULO 78

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Verônica 🦋

Oliver saiu batendo forte a porta. Me jogo na cadeira e suspiro frustada, sinto lágrimas teimosas insistirem para cair, mas as limpo imediatamente.

Quem ele pensa que é?

Eu fui a vítima nisso. Foi eu quem esperou horas por ele ontem e ainda me deparei com algo assim. Por que veio aqui me dizer essas coisas como se eu fosse a culpada?

Se tudo isso for mentira, a única culpada aqui é Nicole, e não Oliver, nem eu. Por que estamos simplesmente apontando o dedo um pro outro se nem somos nós os responsáveis?

Me levanto rapidamente e saio às pressas para procurar Oliver. No corredor esbarro com Polly.

Polly: Pro, precisamos ir no...

Verônica: Agora não, Polly. -a interrompo e volto a correr.

Polly: Mas, aconteceu uma tentativa de homicídio. -Disse me fazendo parar.

Droga! Não posso ignorar meu trabalho, ainda mais algo importante assim.

Me viro para encara-la e solto o ar que prendia nos pulmões.

Verônica: Onde?

(...)

Adentro o local acompanhada por Polly e o investigador da polícia. O crime havia acontecido dentro da casa, se tratava de um casal.

A mulher foi esfaqueada na perna direita, e infelizmente, teve a artéria atingida. Ela está em estado crítico nesse momento.

O principal suspeito é o marido.

Investigador: Encontramos o marido deitado naquela cama, inconsciente. Ele estava muito bêbado. E adivinha? -Indagou e o encaramos- Ele estava com a arma do crime na mão.

Caminho na direção em que ele foi encontrado, avisto pegadas de sangue pelo chão. Eram pés de numeração 41 ao 43.

Verônica: Descobriram qual é o número de calçado dele? -Pergunto.

Investigador: Ainda não, promotora.

Verônica: Façam isso logo. E descubram a numeração dessa pegada aqui também, pode ser que sejam diferentes. -Volto a olhar pelo redor e observo as fotos do casal- Não pareciam ter conflitos. -Digo olhando uma das fotos.

A foto parecia ser recente, e eles estavam muito felizes na imagem, se abraçando e sorrindo calorosamente.

Polly: Por trás pode ter muita coisa. Fotos enganam as vezes.

Verônica: Se estivessem infelizes, por que tirariam uma foto física e imprimiriam? Casais infelizes não possuem fotos assim em casa, apenas as do casamento. Normalmente, pra dizer que estão bem eles postam em redes sociais. -Falo e Polly acenou com uma cara de quem entendeu.

Polly: Mesmo a amando ele tentou mata-la. Triste. Olha só, não há arrombamentos nas portas e nem janelas. A faca foi pega na cozinha. Tem garrafas de vodka pra todo lado e foi constatado nível alto de álcool no suspeito. -Falou mostrando as garrafas vazias.

Não tinha como negar, todas as provas iam contra o suspeito. A única coisa que faltava era interrogar a vítima, o que seria crucial para a investigação, porém, Isso fica impossível com ela em estado grave no hospital.

Verônica: Vamos lá interrogar o suspeito.

(...)

Verônica: Qual foi o motivo que o levou a querer matar sua esposa? -Pergunto para Andrew, o suspeito do crime.

Estávamos na sala de interrogatório. Andrew sentado a minha frente, com sua cabeça baixa e feição atordoada.

Andrew: Eu nunca, a machucaria... -Falou com a voz embargada e, em seguida, se dispôs a chorar- Eu não me lembro de nada, mas eu te juro, que não a matei. -Afirmou me olhando no fundo dos olhos.

Por mais que eu me recusasse a admitir, por um segundo, li verdade em seu olhar. Ele parecia dizer a verdade.

Solto um suspiro e apoio os braços na mesa.

Verônica: Andrew, você estava segurando a faca do crime. Apenas suas digitais estão nela. Não tem como ser outra pessoa.

Andrew: Vamos esperar ela acordar. Vão ver só.

Solto um longo suspiro e encaro minhas mãos sobre a mesa.

Verônica: Qual é sua última lembrança? Antes de apagar. -Indago e ele pisca algumas vezes, para  pensar.

Andrew: Eu havia saído para comprar comida. Quando voltei ela já estava caída no chão, corri até ela e senti uma pancada forte na nuca. Depois disso, acordei aqui. -Disse me fazendo engolir seco.

Investigador: Realmente, ele está com um ferimento no lugar dito. E parece ser recente. -Falou, confirmando o que Andrew dissera.

Estava claro que tínhamos sim que investigar mais do que os fatos mostravam.

Verônica: Investigador! -O chamo.

Investigador: Sim? -Respondeu, desencostando da parede e se aproximando de mim.

Verônica: Colete todas as imagens de câmeras do prédio, ruas, informações dos vizinhos, digitais nos elevadores, corrimões de escadas... Pegue tudo o que puder. -Falo o olhando pelo canto de olho- Vamos descobrir a verdade. -Digo e me levanto, em seguida, saio da sala.

ME AME INTENSAMENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora