CAPÍTULO 80

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Verônica 🦋

Depois de interrogar o suspeito, analisamos algumas imagens de segurança. Porém, foi constatado que apagaram antes que pudéssemos acha-las.

Investigador: Apagadas? Como é possível que apaguem o sistema de câmeras de um prédio que se diz altamente seguro? -Questiona para o síndico e porteiro do condomínio, onde Andrew e Rebecca moram.

Síndico: Também não sabemos como isso aconteceu, policial. -Respondeu meio atordoado.

Analiso o comportamento do síndico, suas mãos tremiam bastante, ele engolia seco constantemente e seus olhos não paravam fixos.

Verônica: Qual é mesmo seu nome, síndico? -Pergunto o encarando.

Síndico: Lerry.

Verônica: Lerry... Onde o senhor estava por volta das 23 às 1 da manhã? -Pergunto, e ele, permanece calado por alguns instantes.

Lerry: Como assim, promotora?

Verônica: sou eu quem faz as perguntas aqui... -Falo sem paciência.

Lerry: É... -Pareceu pensar na resposta- Com minha filha, óbvio. Assistindo tv...

Verônica: E você não recebeu nenhuma ligação? Ou alguém batendo na sua porta? Nada?

Lerry: Não... Nada.

Continuei desconfiada da maneira como ele estava agindo, era sim suspeito. Estava nervoso, pensava muito para responder algo fácil, não me olhava nos olhos... Tem algo errado com ele.

Verônica: Certo... Bom, quando descobrirmos quem está envolvido, seja por alguma pequenina participação, responsabilizaremos essa pessoa. -Digo, deixando claro para ele, na tentativa de intimidar.

Me viro para ir embora e caminho na direção de meu carro. Entro no veículo e dou partida.

Na volta para o escritório, meus pensamentos vagam por Oliver. Gostaria muito de saber como ele está. Apesar de tudo, quero sentar e conversar com ele com mais calma, mas infelizmente, no momento não tem como.

Chego no gabinete e me dirijo para a sala do chefe. Bato na porta e o mesmo pede para que eu entre.

Verônica: Oi chefe. -Cumprimento e caminho na direção de sua mesa.

Mark: Olá, Verônica. Como está indo o caso da jornalista?

Verônica: É sobre isso que vim conversar com o senhor. Tenho a sensação de que o marido não é o assassino. -Confesso e ele me encara com os olhos esbugalhados. Parecia surpreso.

Mark: como assim? Encontrou alguma coisa a mais? -Questionou curioso, se debruçando na mesa.

Verônica: Andrew desmaiou com um golpe na cabeça, as imagens das câmeras sumiram, os vizinhos afirmam que o casal era feliz e unidos... Tem algo errado, chefe.

Mark: Você não pode se basear em circunstâncias, Verônica, e sim, no que as provas afirmam. Isso importa. As provas estão aí, se continuar investigando algo que já está claro, vai perder tempo e o assassino nunca será preso. -Esbravejou impaciente.

Franzi o cenho surpresa com sua reação. Por que diabos ele ficou assim? Eu só estou tentando fazer um bom trabalho, não é isso o que ele cobra da gente?

Verônica: Mas, senhor Mark, as provas foram claramente forjadas...

Mark: Declare logo o assassino, Verônica. Essa conversa termina aqui.

Suspiro frustrada e saio desacreditada de lá.

Não posso ignorar o que está acontecendo e, simplesmente, escolher um culpado. Esse caso pede por mais investigações, e é exatamente o que vou fazer.

Caminhando pelo corredor, pensando como eu faria essa investigação, sou interrompida por Kevin, que caminhava no sentido contrário ao meu e vinha em direção a mim.

Reviro os olhos ao ver que ele sorria cínico e andava como se tivesse feito algo brilhante.

Kevin: Promotora Espinoza, quanto tempo. -Disse sorrindo.

Verônica: Kevin, não estou com cabeça para gracinhas, ok? Estou cheia de problemas pra resolver. -Falo impaciente e pronta para continuar meu trajeto, mas sinto ele segurar meu braço, impedindo que eu prossiga.

Encaro sua mão segurando a região e depois, subo o olhar para seus olhos, o fuzilando.

Verônica: Quem pensa que é para me segurar assim? -Indago brava e tirando meu braço de sua mão.

Kevin: Eu falei que ele era um canalha... -Confessou olhando fixamente em meu olhos.

Seu olhar era arrogante e soberbo. Ele tinha uma das sobrancelhas arqueada e seus olhos azuis me fitavam pelos cantos deles.

Aquilo me incomodou. Kevin me incomodava. Sua presença era intimidadora, a energia pesada e suas palavras sempre me deixavam irritada. Nada de bom vinha dele.

Verônica: O canalha aqui é você, Kevin. Seu irmão é alguém de honra, um homem de palavra. -Esbravejo olhando ele nos olhos. Percebi que sua feição mudou. Agora era ainda mais fechada- diferentemente de você!

Esbarro propositalmente no ombro dele e saio pisando forte pelo corredor, fazendo com que o som do meu salto ecoe ainda mais alto no lugar.

Verônica: Idiota! -Digo baixinho para mim mesma, enquanto me afasto cada vez mais de Kevin.

ME AME INTENSAMENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora