CAPÍTULO 88

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Oliver 🖊️

Sinto uma claridade incômoda bater em meu rosto. Abro os olhos com dificuldade e percebo que já era de manhã.

Ainda meio sonolento, olho para o meu redor. Estranho o fato de estar num ambiente que não seja meu quarto.

Me levanto rapidamente sentando na cama. Flashs da noite anterior invadem minha mente, me fazendo lembrar do que aconteceu.

Estava em casa bebendo, andei por Boston e acabei vindo parar aqui, na casa de Verônica.

Passo a mão pelo rosto frustrado. Estou me sentindo uma merda. Me levanto da cama e saio do quarto a procura dela, mas não a encontro.

Escuto um grunhido e encaro a origem do som.

Oliver: Oi garota! -Falo me abaixando e fazendo carinho na pequena criaturinha.- Onde está sua dona?

Me levanto e caminho até a mesa, onde havia várias coisas de comer e no meio dela, um bilhete. Peguei o pedaço de papel e comecei a ler.

📃

Bom dia! Espero que tenha dormido e descansado bem, pelo menos. No momento em que ler esse bilhete, eu ja estarei no trabalho.

Deixei essa mesa pronta para que se sirva, coma bastante e a vontade. Fiz pra você! Aproveite bastante a companhia de Poppy, é a melhor para se ter no café da manhã.

Se precisar, tem escovas de dentes novas na gaveta do banheiro e toalhas no armário, caso queira tomar banho. Só não tenho roupas e nem cuecas para te emprestar.

Quando sair, tranque a porta e deixe a chave com o porteiro, por favor!

Fique bem.

Verônica 💕

📃

Termino de ler com um sorrisinho na boca. Só então percebi que estava sorrindo desde o momento que li o "bom dia".

Dobro o papel com carinho e o guardo no bolso da calça, com certeza, o colocarei em meu cofre quando chegar em casa.

Me sento a mesa e encaro ela posta a minha frente. Pego um pouco de cada coisa e saboreio com vontade, sem pestanejar.

Olho Poppy ao meu lado nos pés da mesa e sorrio.

Oliver: Admito, sua companhia é muito preciosa. Apenas perde para sua dona! -Falo fitando seus olhinhos cintilantes e fofos.

(...)

Depois de entregar as chaves para o porteiro, chamo um táxi e indico o endereço de minha casa para ele.

No caminho, sigo pensando sobre tudo o que aconteceu. Perder meu pai, definitivamente, está sendo a coisa mais dolorosa que já senti e, sinto medo de que a depressão volte a me consumir.

Ficarei um tempo sem trabalhar, prefiro cuidar de mim e apenas esperar o luto passar, ou melhor, amenizar, pois tenho a sensação de que essa dor ficará aqui para sempre.

Ao chegar, pago pela corrida e adentro a residência.

Kiara: Bom dia, senhor Oliver! -Disse ao me ver entrar.

Kiara é uma das funcionárias que contratei para cuidar da casa e cozinhar. Apesar de gostar de fazer minha própria comida, estava ficando difícil cuidar disso.

Oliver: Bom dia, Kiara! -Respondo tirando o palitó.

Kiara: O senhor sumiu ontem depois de beber, quase toda a garrafa de whisky. Ficamos preocupados.

Oliver: Eu dormi na casa de uma pessoa. Estou bem, não se preocupe.

Kiara: Certo. E o senhor já comeu?

Oliver: Sim, Kiara. Obrigado!

Decido tomar um banho, já que não tomei na casa de Verônica. Me despi e liguei o chuveiro. Sentei no chão do banheiro e deixei a água cair por cima de minha nuca. Me permiti chorar mais uma vez, porém, prometendo a mim mesmo que aquela seria a última.

Sei que não é o que papai quer, ele deve estar me insultando onde quer que esteja, me chamando de chorão e fraco, por não conseguir superar.

Oliver: Tenho medo, papai. E se eu não conseguir cumprir o que me foi designado? Quero ao menos, lhe dar orgulho. Me ajude! -Desabafei chorando, enquanto as lágrimas se misturavam com a água do banho.

ME AME INTENSAMENTEOnde histórias criam vida. Descubra agora