Capítulo 4 - Draco

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Eu ando para o final do corredor, mais uma vez.

Esta é uma missão ridícula. Por que merda Lord Voldemort estaria interessado em um punhal?

Eu chequei todos os quartos já. É só uma questão de tempo antes que alguém venha e me encontre aqui. Estou realmente surpreso que nenhum membro da Ordem não tenha tropeçado em mim ainda. Não era para supostamente ter um quartel aqui?

Eu entro novamente no quarto e vasculho as gavetas mais uma vez.

Se apenas um encanto de convocação fosse funcionar nesse maldito punhal.

Só me foi mostrado uma foto dele, e eu não sei nada sobre sua história.

Qual é o ponto?

Então eu vejo algo brilhando pelo canto do meu olho. Poderia estar debaixo da cama? Não posso acreditar que eu não percebi isso antes.

Eu dobro um joelho e pego o pequeno punhal, embainhado. O cabo é de ouro com um rubi e uma esmeralda colocada de cada lado. A bainha também tem pedras preciosas incorporadas no ouro. Parecia valioso, mas desde quando o Senhor das Trevas esteve alguma vez interessado em jóias e riqueza?

Ouço passos hesitantes no corredor do lado de fora do quarto. Alguém está tentando me pegar de surpresa.

Eu guardo o punhal no bolso interno da minha capa e finjo não notar, levantando-me lentamente como se minha atenção ainda estivesse no chão.

Em seguida, giro e desarmo o intruso antes que ele tenha tempo de reagir.

Blaise?

Eu pego sua varinha e pergunto: "Como você sabia que eu estava aqui?"

"Eu não sabia. Eu estou só de passagem."

"Você está aqui sozinho?"

Ele acena.

"A Ordem não faz ronda aqui?"

"Por que você não está me matando?", indaga ignorando minha pergunta.

Gostaria de saber se ele me reconhece por trás da máscara de comensal da morte.

"Porque eu não posso" eu digo, indo com a verdade. "Eu não podia antes, e não posso agora."

Uma pausa.

"Draco?"

Eu puxo para baixo a gola da minha camisa para mostrar a ele o início da cicatriz grossa, que torce para baixo e sobre meu peito, a cicatriz que ele me deu.

"Você ainda está vivo", diz ele calmamente. "Eu não escuto a sua voz faz... anos."

Eu aceno. "Faz um tempo".

"Por que não me mostra seu rosto?", ele pergunta.

Nós não podemos tirar nossas máscaras a não ser que estejamos em locais seguros. Novas ordens, mas eu sinceramente não vejo o motivo. Um pouco estúpido realmente. Alguns de nós são reconhecíveis por nossas vozes de qualquer maneira.

"Eu não posso dizer", eu respondo. "Acredito que você não vá me matar."

Eu lanço sua varinha no ar e vejo como ela gira algumas vezes. Eu a pego pela ponta e seguro para ele. Ele a segura e pega de mim timidamente.

"Por que você está fazendo isso?", ele pergunta. "Mesmo se você não pode me matar, você poderia ainda me capturar."

"E o quê, assistir o meu melhor amigo ser torturado até a submissão ou a morte? Eu fiz isso uma vez, e não vou fazer isso de novo."

Turncoat - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora