Ato II - Capítulo 37

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Lan Wanji voltou a seus aposentos depois que Jiang Cheng o expulsou do quarto, gritando que estava bem e que não precisava de ajuda mesmo que a poucos segundos antes quase havia tido um desvio de QI.

Jiang Cheng era tão teimoso quanto a mula de Wuxian, em algum momento iria se ferir gravemente se continuar se forçando dessa forma.

O Lan esperava que um tempo com seu Wei Ying pudesse acalmar sua mente, talvez ficar ouvindo enquanto Wuxian tagarelava por horas sobre as milhares de invenções malucas que passavam por sua cabeça.

Quando entrou no quarto, no entanto, o Lan parou em seu lugar estático.

Jogado na cama de forma folgada como sempre, a raposa lia milhares de selos, desenhava em alguns e deixava manchas pretas em seu rosto sempre que balançava o pincel de forma desatenta. Aquele na cama era seu Wei Ying, seu cabelo arrumado da mesma forma que se lembrava a anos atrás.

E doía tanto. Doía saber que aquele homem jogado em sua cama era a pessoa que amou por toda sua vida e a única pessoa que poderia amar, o homem com quem trocou promessas e juras de amor eterno, mas que ele simplesmente não lembrava.

Ele simplesmente não se lembrava do que eles foram e de tudo que fizeram. As manhãs preguiçosas que Lan Wanji o banhava ainda adormecido, os dias que descia até a cidade apenas para comprar comidas picantes porque era aquilo que ele gostava e das milhares de noites que compartilharam juntos com seus corpos colados.

Tudo aquilo, todos aqueles anos, sendo reduzidos a nada.

Wei Ying estava ali, seu corpo era o mesmo que se lembrava, mas era só aquilo. Não havia o amor, apenas memórias para preencher o coração do Lan e tentar tapar o buraco.

Doía olhar nos olhos acinzentados e não ver ali a diversão provocadora que conquistou o Lan desde o primeiro dia que se viram.

Mas o Lan ainda estava grato, porque mesmo não lembrando de nada, Wei Ying estava seguro. Para ele, contanto que o homem esteja feliz e seguro, ele pode manter seus sentimentos escondidos.

- Lan Zhan! - a raposa acenou animadamente na cama, finalmente percebendo a presença do homem no quarto.

Olhando o sorriso gigantesco no rosto da raposa Lan Wanji decidiu que sim, ele poderia conviver com a solidão se Wei Ying continuasse sorrindo.

A raposa assistiu o Lan andar pelo quarto pegando um pano e uma pequena bacia de madeira com água. Ele se aproximou, pegando o rosto delicado do outro entre os dedos e passando o pano molhado aos poucos no rosto alheio.

Wuxian ficou em silêncio enquanto tinha o rosto limpado, ele queria fazer alguma provocação ou piada, mas Lan Zhan parecia tão... nostálgico naquele momento que ele não quis interromper. O Lan Wanji que ele lembrava era frio, falava apenas quando necessário e odiava contato físico.

Parecia até outra pessoa o Lan de sua memória e o que estava em sua frente naquele momento. O homem continuava falando pouco, mas parecia tão calmo e gentil. Limpava seu rosto como se fosse algo delicado, como se fosse algo muito familiar.

A raposa apenas não entendia.

Afinal, o que aquela tristeza em seus olhos dourados significava?

Seus olhos desceram até a faixa na testa do homem, ele nunca havia o visto sem e se viu não se lembrava. Sua mão se esticou lentamente, pensando em arrumar aquela parte da faixa em sua testa que parecia torta.

Predestinado

Sua mão parou imediatamente com a voz soando em sua cabeça, era como se houvesse acabado de lembrar de algo que ouviu a muito tempo atrás. Wuxian conseguia ouvir a voz baixa de Lan Zhan o dizendo, alguma coisa como "apenas predestinados podiam tocar".

A palma da raposa já estava descendo novamente até seu colo quando seu pulso foi segurado delicadamente pelo Lan, que puxou sua mão até a direção que iria antes. Wuxian sentiu o tecido macio da faixa branca contra seus dedos.

O Lan soltou o pulso alheio, apenas sentindo quando a raposa alisava a faixa em sua testa descendo pelo tecido até segurar a faixa em uma das pontas. Era um toque tão familiar, a faixa em contato com sua palma apenas parecia correto de forma que não conseguia explicar.

Ele sinceramente não queria explicar, apenas aproveitar aquele momento que parecia tão bom.

Lan Wanji arrumou a cama, guardando todo a confusão de papeis delicadamente no armário que havia ali e se sentou em frente a seu guqin. Tocou até que a raposa adormeceu na cama macia.

Naquela noite a raposa sonhou com uma faixa branca e olhos dourados e uma faixa vermelha e uma criança gentil. 

Desculpe o capítulo pequeno! Hoje foi aniversário de minha mãe e tive que ajudar a arrumar uma festa surpresa, não tinha nada pronto então tive que escrever do zero por isso ficou curto

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Desculpe o capítulo pequeno! Hoje foi aniversário de minha mãe e tive que ajudar a arrumar uma festa surpresa, não tinha nada pronto então tive que escrever do zero por isso ficou curto. Desculpe mesmo!

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