"Eles esqueceram de onde vieram e tudo que passaram.
Conforme a fé sumia, a magia também desaparecia. Congelada em seus corpos mortais, pois seus usuários não sabiam como usá-la, a magia foi esquecida"
Xicheng
Brincadeiras a parte, o capítulo a seguir pode possuir gatilho ou ser pesado para alguns leitores, caso não se sinta confortável para ler pode pular para o final e colocar um comentário indicando que não se sentiu bem para ler, então eu farei um breve resumo sobre o que aconteceu escondendo as partes mais pesadas.
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Os meses passaram rápido demais para a raposa, se antes ele queria que os dias passassem mais rápidos, agora ele apenas queria poder congelar o tempo e não sair do lugar. Seus instintos gritavam a cada dia que passava, um pressentimento ruim que enchia seu peito e deixava sua boca amarga.
Estava ansioso de uma forma descontrolada. Chegou em um momento que não conseguia mais controlar sua magia, sem que percebesse acabava estourando tudo em sua volta com pura energia elétrica sempre que se sentia mal e sua transformação estava sem controle ao ponto de Jiang Cheng não conseguir esconder suas garras.
Era como se estivesse na floresta novamente, sentindo quando um animal perigoso estava por perto e seus instintos gritavam para fugir.
Aos poucos a raposa começou a se isolar, em sua cabeça pensava que as pessoas estariam mais seguras se ficassem longe. E a principal pessoa que Jiang Cheng começou a evitar era Lan Xichen. A raposa não estava bem fisicamente e o que menos queria era machucar o Lan de qualquer forma, o único jeito que Jiang Cheng encontrou para evitar qualquer acidente era se manter longe.
Seus irmãos e os irmãos Nie foram insistentes, tentavam se aproximar ao máximo, mas respeitaram a decisão da raposa por enquanto e aceitaram seu isolamento. Diferente de Lan Xichen que estava a todo momento tentando se aproximar.
O Lan havia abandonado totalmente seus deveres como líder para que pudesse insistir ainda mais em ficar ao lado da raposa. Suas investidas sempre tentavam manter o espaço pessoal do Jiang, as vezes Lan Xichen apenas deixava uma cesta de frutas dentro da casa que a raposa se isolou e tocava em sua flauta para tentar acalmar ao outro. Lan Xichen não invadia seu espaço, mas também se recusava a ficar longe.
Talvez antes aqueles atos iriam fazer a raposa se sentir feliz e amada, mas agora apenas faziam Jiang Cheng se sentir mal, um estorvo. Estava atrapalhando a vida do Lan por um instinto de raposa boba.
Todo o tempo sozinho deu espaço para que as vozes depreciativas em sua cabeça ficassem mais altas e mais frequentes.
Tudo vai dar errado
E a culpa vai ser sua
Jiang Cheng estava cansado desse instinto idiota, apenas queria que tudo aquilo parasse.
Foi quando a neve parou de cair que Jiang Cheng se sentiu sufocado pela primeira vez, como se ficar mais um único segundo naquela casa fosse o matar. Desde que começou a se isolar sua rotina consistia em se trancar, comer as frutas que o Lan trazia toda tarde, sair escondido até a fonte fria para um banho e depois voltar a se esconder.
