Ato II - Capítulo 41

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Recomendo ler ouvindo a música "je te laisserai des mots bypatrick watson"

A raposa respirou fundo repassando as palavras em sua cabeça, antes de bater na porta a sua frente

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A raposa respirou fundo repassando as palavras em sua cabeça, antes de bater na porta a sua frente.

Jiang Cheng entrou após ouvir o baixo murmúrio de seu sobrinho.

Sentados lado a lado na cama o silêncio predominou.

O Jiang revirou as palavras em sua cabeça, havia ensaiado o que falar por horas, mas agora as palavras simplesmente não pareciam fazer sentido suficiente para serem faladas. Por fim o homem suspirou, pegando o embrulho ao seu lado e o passando para o sobrinho.

Jin Ling ficou confuso olhando o pacote em suas mãos, olhando para o tio tentando entender o que era aquilo. Seu tio não falou nada, embora seus olhos também estivessem fixos no pacote.

O mais novo então começou a abrir o embrulho. Parecia velho, do tipo que foi guardado a muito tempo atrás. Pela forma como estava o papel, o Jin já esperava que o que estivesse dentro também fosse algo velho e quebrado, mas o que encontrou ali conseguia brilhar refletindo a pouca luz que entrava por sua janela.

Jin Ling segurou a espada com admiração. Era tão brilhante, parecia que os detalhes entalhados em seu cabo eram feitos de ouro.

- O nome dela é Suihua - a raposa falou após ver como seu sobrinho estava interessado na espada - É a espada de seu pai.

O mais novo ficou sem saber o que falar, suas mãos tremeram segurando a pesada espada. Sentiu o nariz arder e seus olhos lacrimejando. Estava segurando algo de seu pai, talvez a única coisa que teria para se lembrar dele.

Desviando seus olhos da espada para tentar conter suas lágrimas o Jin viu algo mais brilhar no pacote. Deixou de lado a espada, a colocando delicadamente em sua cama ao seu lado, antes de pegar o pequeno objeto ali.

Era pequeno e redondo, seu formato lembrava o de uma flor de lótus. Uma flor de lótus com nove pétalas.

- Esse era o sino de prata de sua mãe.

Jin Ling fungou, ficando cada vez mais difícil segurar as lágrimas. Sentia um cheiro leve de lótus naquele sino. Talvez fosse pelo tempo que estava no píer, tudo lá começava a cheirar a lótus com o tempo, mas o Jin queria acreditar que aquele era o cheiro de sua mãe.

- Eu deveria ter lhe dado isso a muito tempo, mas acho que estava com medo - a raposa segurou a mão do sobrinho entre as suas, acariciando a faixa ainda vermelha em seu pulso pelos ocorridos a poucos dias atrás - Você sempre foi meu filhote, estava com medo de ver você crescer.

Dessa vez, quando seus olhos voltaram a se encher com as lágrimas, o Jin não impediu. Permitiu que as lágrimas quentes rolassem por seu rosto enquanto assistia seu tio ser sincero pela primeira vez. Sem ameaças vazias ou escondendo o que verdadeiramente sente, naquele momento era apenas seu tio se abrindo para si.

The Fox and The Big RabbitOnde histórias criam vida. Descubra agora