Capítulo 23

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Jiang Cheng rolou mais uma vez na cama se sentindo desconfortável, seu cérebro trabalhava a mil para absorver todas as informações do que aconteceu nos últimos dias e não conseguia dormir pensando no que fariam a partir de agora.

Estavam sendo caçados sem motivo, não tinham para onde ir e agora sua irmã estava grávida.

Foi maravilhoso pensar que seria tio, mas agora apenas estava com medo. Como poderiam criar uma criança em meio a toda aquela confusão? E o pai da criança? Nunca teria a oportunidade de conhecer seu filho?

Por um tempo Jiang Cheng pensou em quem era o pai, mas a verdade já havia sido esfregada em sua cara todas as vezes que ouvia os sussurros perdidos de sua irmã durante o sono chamando pelo Jin.

Seu irmão parecia cada vez mais deprimido, perdido em pensamentos mais do que o normal. As vezes durante a noite a raposa podia ver seu irmão admirando a lua, provavelmente estava rezando para que Lan Wanji estivesse bem.

Jiang Cheng não perguntou o porquê de seu irmão aparecer sozinho naquele dia, sendo que havia corrido com todas as forças para salvar o Lan. Não sabia se o homem havia fugido ou estava morto e, pela forma que Wei Ying estava agindo, ele também não sabia, mas ainda tinha esperanças.

As vezes Jiang Cheng também pedia e orava para que Lan Xichen estivesse bem, todos os dias a raposa se lembrava das palavras do homem prometendo que iria ao seu encontro e se agarrava com todas as forças naquela promessa, querendo ter fé de que Lan Xichen estava bem e o procurando.

O que mais preocupava a raposa era esse poder estranho que parecia crescer ainda mais em seu corpo. Antes o poder era fraco o suficiente para que pudesse controla-lo bem e usar quando bem quisesse, mas agora parecia que qualquer mudança em seu humor podia causar uma explosão.

Jiang Cheng se sentia como um copo e todo aquele poder estava o enchendo até que não houvesse espaço e tudo transbordasse.

Estava tudo uma bagunça e não parecia que iria acabar tão cedo.

Sem conseguir dormir e com a cabeça começando a doer por todos os pensamentos confusos, Jiang Cheng desistiu de tentar e saiu do quarto.

A brisa gelada o acalmava um pouco, o lembrava da montanha, mas estava longe de ser tão frio quanto em sua terra natal. Não havia mais a sensação dos pulmões ardendo pelo ar congelante e nem os arrepios por sua espinha.

Era tudo tão diferente.

A raposa sentiu um arrepio, mas infelizmente não era pela brisa fria, o barulho de uma moita balançando chamou sua atenção. Seu corpo ficou rígido e tenso enquanto encarava as folhas, milhões de pensamentos sobre como abater o intruso e fugir com seus irmãos o mais rápido possível.

As folhas se moveram novamente e Jiang Cheng prendeu a respiração pronto para atacar, até que o intruso pulou de seu esconderijo para ficar em frente a raposa.

Jiang Cheng se sentiu tonto por um momento, o ar preso saindo com tanta força que fez seu peito doer.

- Maldição - rosnou - Você me assustou!

O coelho balançou as orelhas branquinhas não entendendo o surto do homem. Jiang Cheng nunca esteve com tanta vontade de matar um coelho do que naquele momento. Sentia seu coração ainda batendo acelerado pelo susto que a bola de pelos o fez passar.

O coelho deu pulinhos para chegar até o homem. Jiang Cheng assistiu confuso a bolinha branca dar várias voltas ao seu redor e parar apenas para pegar a barra de suas vestes entre os dentinhos e tentar puxar.

The Fox and The Big RabbitOnde histórias criam vida. Descubra agora