Ato II - Capítulo 32

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A alguns anos atrás se o Jiang Cheng filhote recebesse a pergunta de qual foi o momento mais estressante de sua vida, ele não saberia responder, mas agora com todo o caos acontecendo a sua volta ele não hesitaria em responder que aqueles foram os piores momentos de sua vida.

Tudo era uma bagunça. Os planejamentos de guerra, arranjo de suprimentos e o fato de estar cuidando de um adolescente revoltado estava acabando com sua paciência e energia.

Era ele quem tinha o mapa das terras inimigas, então era seu dever criar as estratégias necessárias para onde e quando atacar. Ele não queria atacar com força total, pelo menos não agora, tudo que queria era derrubar alguns domínios Wen próximos e recuperar as terras aos poucos.

Com sua liderança muitas áreas antes dominadas pelos Wen agora haviam sido reconquistadas. As vitórias fazendo os líderes ainda mais confiantes de que a raposa tinha o necessário para vencer a guerra.

Aquilo era uma conquista para sua seita. O nome Yunmeng Jiang crescendo cada vez mais e seu povo sendo mantido longe de perigo.

Sua seita era mais abundante que as outras em relação a suprimentos. A caça, pesca e colheita sendo rica e volumosa. Então Jiang Cheng se dispôs a mandar suprimentos a outras seitas, como uma forma de agradecer estarem usando sua força em seu lugar.

Isso fez com que novamente seu nome caísse nas graças dos líderes, os velhos homens dizendo o quanto a raposa era humilde em compartilhar.

Junto a tudo isso havia Jin Ling que parecia mais curioso a cada dia. Jiang Cheng perdeu a conta de quantas vezes viu seu sobrinho ao lado do discípulo de Lan Wanji sentados no píer enquanto o garoto Lan contava como era o lado de fora.

Assistir ao Jin se tornando tão guloso por conhecimento o lembrava de si mesmo quando era jovem e isso o assustava. Sua intenção era manter o jovem longe de qualquer costume humano, ter conexão apenas com seus antepassados que moraram naquele píer a milhares de anos atrás parecia mais seguro, mas ainda haviam pessoas dispostas a ensinar ao garoto tudo que ele queria manter escondido.

Para a infelicidade do Jiang, Meng Yao era uma das pessoas que pareciam muito interessadas em aprofundar Jin Ling na curiosidade do mundo humano.

O homem de amarelo conversava com Jin Ling constantemente. A raposa nunca soube sobre o que falavam, mas pela forma que os olhos do jovem Jin brilhavam enquanto ouvia era a prova clara que o assunto era algo muito além do muro de espinhos.

Ele queria interferir, apenas os deuses sabiam como Jiang Cheng agoniava em sua própria mente sobre como queria o líder Jin longe de seu sobrinho, mas não podia. Não podia ainda. Um único deslize e toda confiança que conquistou até agora iria ao fim.

Ele precisava de paciência.

E paciência era o que ele menos tinha naquele momento.

Ele estava muito sobrecarregado. Pessoas dependiam dele, vidas estavam em suas mãos e a segurança de seu povo e família necessitava de sua atenção extrema. A raposa estava exausta mentalmente e fisicamente.

Em meio a tudo aquilo havia Lan Xichen que se manteve firme em sua decisão de ignorar a raposa todas as vezes que estavam no mesmo cômodo. Havia vezes que o Lan nem ao menos comparecia as reuniões no píer, fazendo com que seu tio viesse em seu lugar enquanto ficava em Gusu cuidando de seus assuntos de líder.

O único momento em que Lan Huan ficava ao seu lado sem tentar o ignorar era durante as noites frias no píer, quando a raposa se sentava em frente ao lago para admirar o reflexo da lua.

The Fox and The Big RabbitOnde histórias criam vida. Descubra agora