Ariana, uma mulher que sempre acreditou no amor, vê o seu mundo desmoronar ao enfrentar um divórcio tempestuoso com o homem que a prometeu perante o altar o tal sonhado "felizes para sempre". Aos 30 anos de idade e com o coração partido, ela acha qu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
ARIANA
Mais uma segunda-feira. Eu costumava amar o meu trabalho, até mesmo em um dia tão difícil quanto uma segunda-feira, mas tudo o que eu mais almejo no momento — e durante todas as semanas que se passaram desde que Adam me deixou — é voltar para a cama e permanecer lá pelo resto da minha vida miserável.
Credo, Ariana. Não seja tão sombria.
Eu prometi a mim mesma que, apesar das coisas estarem meio difíceis agora, eu vou continuar seguindo em frente, dia após dia, sempre tentando ofuscar esses pensamentos negativos. Não vou deixar meu ex-marido continuar me abalando de tal forma. Ele escolheu ir embora, e eu não posso ficar choramingando pelos cantos como se fosse uma idiota. Essa dor vai passar. Sei que vai.
Paro na frente do espelho. Deus do céu! Parece que fui atropelada por um caminhão, e depois uma manada de elefantes passou por cima dos restos mortais que sobrou. Eu não me sinto nada melhor, mas acho que o segredo é você apenas fingir até convencer a si mesma.
Eu ligo minha caixinha JBL que deixo sobre uma prateleira superior no banheiro — eu não sou nada sem música — e, coincidentemente, começa a tocar "Confident", da Demi Lovato. Isso me arranca um sorriso, porque a música não poderia ter vindo em um momento melhor, afinal, qual é o problema de ser confiante? Talvez seja isso que falte em mim. Preciso confiar na minha capacidade de superar, de seguir em frente; a vida não é nada sem um pouco de otimismo mesmo nos momentos mais sombrios.
Escovo os dentes, amarro o cabelo ondulado em um coque — pelo menos a parte que dá, já que a minha franja insiste em ficar caindo sobre a testa —, e me permito um banho demorado de água quente. Mereço isso.
Meu look para o dia se resume a um terninho preto cortado sob medida, com uma blusa de botões por dentro. Eu aperfeiçoo o coque no alto da cabeça, e deixo a franja dançar livremente sobre a minha testa, criando um ar mais formal, e ao mesmo tempo levemente despojado. Não gosto de parecer tão séria, apesar de me vestir como tal. Também aplico um pouco de maquiagem sobre minha pele negra, porque minhas olheiras são bem visíveis. Ninguém precisa saber que estou dormindo mal porque a minha vida está uma bagunça. Meu trabalho é a única coisa certa no momento, e eu vou lutar por ele.
Meus saltos ecoam pelo concreto do estacionamento enquanto eu caminho até a Mercedes Benz AMG GT 63S. Jogo a bolsa no banco do carona e o carro ganha vida com um ronco potente do motor antes de eu acelerar para longe dali, misturando-se com o trânsito de San Francisco que está a todo vapor, mesmo que ainda seja bem cedo. Contudo, não demora muito para eu chegar ao meu destino final: a faculdade em que dou aula. Estaciono o carro em uma vaga na ala dos funcionários que eu normalmente ocupo e carrego minha bolsa para dentro da Instituição, distribuindo bom dias e sorrisos automáticos. Ninguém tem culpa da minha vida ser uma merda.