dezesseis

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ARIANA

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ARIANA

— Faltam apenas dez minutos para o fim da prova, pessoal — aviso, recebendo alguns resmungos coletivos dos alunos que restaram na sala. 

Aproveito que todos estão concentrados em suas provas e dou uma olhada em Damien. Os olhos dele estão fixos em um ponto do papel, mas algo me diz que ele não está interessado no que está ali. Parece entediado. Eu o vi escrevendo a todo vapor quando o teste se iniciou, mas agora… parece que ele terminou primeiro do que todo mundo e está esperando algo, matando tempo enquanto finge que ainda está pensando nas questões apresentadas na prova. 

Não precisa ser muito esperto para saber que ele está esperando que todos saiam para ter um tempo a sós comigo. Isso me deixa ansiosa, e ao mesmo tempo, preocupada. Eu estou tentando ser profissional, mas durante toda a aula ele me lançou olhares que me fez ter dificuldade para se equilibrar sobre o salto, e por mais que eu tivesse tentado fingir que não estava percebendo, meu corpo agia por conta própria e parecia mole feito gelatina, implorando para ir até ele, sentar em seu colo e tomar posse daqueles lábios tão convidativos. 

Puta merda, onde está o meu profissionalismo? Estou quebrando várias regras que eu mesma impus, e toda vez que eu olho para ele, fica difícil me lembrar quais são elas. 

Os alunos vão me entregando suas provas e saindo um por um, em um intervalo de alguns minutos, mas Damien não se move da cadeira. Começo a me sentir um pouco inquieta, porque agora só restam ele e mais um outro cara. Eu me pego pensando em acabar logo com essa merda, só para poder correr para os braços de Damien o quanto antes, e depois me sinto culpada por estar pensando em diminuir o tempo de um aluno, ou seja, de prejudicá-lo, só para beneficiar a mim mesma. Isso é totalmente inaceitável, o que só me leva a crer que estou perdendo a cabeça. 

Finalmente o aluno que eu não consigo lembrar o nome se levanta, e ele anda até mim com uma expressão insatisfeita. Ora, vamos lá, o teste nem estava tão difícil assim… mas quem gosta de surpresas negativas, não é mesmo? Mas, de vez em quando, eu preciso fazer esse tipo de coisa, porque é importante para mim saber como vai o desempenho dos meus alunos. 

Alguns professores simplesmente não se importam. Estão apenas fazendo seu trabalho, ganhando seu dinheiro, e pouco importa se os alunos estão aprendendo algo com as aulas. Mas eu me preocupo com isso, porque eu amo o meu trabalho e quero ver os meus alunos se dando bem na vida, porque é a partir da minha aula e de tantas outras que vão fazer dessas pessoas um bom profissional ou não. 

— Você nos odeia, professora — o aluno cuja não sei o nome murmura ao entregar a prova, me arrancando um sorriso de quem pede desculpas. 

— Tenho certeza que você se saiu bem — bom, preciso ser otimista quanto a isso. 

Ele expressa uma careta desacreditada antes de se retirar. Quando a porta bate, indicando que estou sozinha com o único aluno que restou, parece que toda a atmosfera muda ao meu redor. O ar fica carregado de uma intensidade que eu não sei explicar, e isso só intensifica quando eu olho para ele e, consequentemente, o pego olhando diretamente para mim. 

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