Ariana, uma mulher que sempre acreditou no amor, vê o seu mundo desmoronar ao enfrentar um divórcio tempestuoso com o homem que a prometeu perante o altar o tal sonhado "felizes para sempre". Aos 30 anos de idade e com o coração partido, ela acha qu...
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ARIANA
Toda essa história com Damien está me deixando louca, tirando minha paz, então decidi desabafar com a única pessoa que eu sei que não vai me julgar, e sim me ajudar a encontrar uma saída para esse baita problema.
Lauren Danvers é uma réplica minha, só que três anos mais jovem. Nossos rostos são bem semelhantes, apesar do cabelo dela conter cachos grossos, sem a presença de uma franja, enquanto o meu é apenas ondulado. Mas nossas semelhanças só se estendem aos limites físicos, porque nossas personalidades são bem distintas. À medida que sou quieta, reservada, Lauren é bem elétrica e espontânea. Ela me lembra um pouco Natasha, mas é claro que eu nunca vou dizer isso em voz alta; as duas não se bicam.
Eu conto para a minha irmã tudo o que aconteceu nos últimos dias desde a aparição de Damien na minha vida. Quer dizer… ele sempre foi o meu aluno, mas eu sequer tinha reparado na existência dele até agora. O fato de eu ser centrada no trabalho acaba atrapalhando o meu desempenho para outras coisas.
Lauren escuta tudo com atenção, e eu vejo os olhos escuros dela ganharem um brilho bastante significativo quando eu conto, um pouco encabulada, corada, os acontecimentos da noite passada.
— Ai, meu Deus, que tudo! — Ela cochicha, escandalizada, como se tivesse mais alguém escutando nossa conversa. — Quer dizer que tem um aluno bem gato babando por você?
Faço uma careta.
— Eu não disse isso.
— Mas insinuou — acusa, entusiasmada. — Sabe que eu li um livro exatamente assim? Um romance proibido entre uma aluna e um professor.
Reviro os olhos.
— Isso aqui não é um livro de romance, Lauren.
— Ah, mas você tem que admitir que é muito excitante — ela abre um sorrisinho.
Solto um longo suspiro.
— Lauren, isso não é motivo de piada. Eu estou… desesperada!
Ela para de sorrir e me encara com um ar solene do outro lado da tela do notebook.
— Certo… — começa. — Entendo que você esteja… assustada. Não é todo dia que uma coisa assim acontece.
— Não sei se ele está… flertando — a palavra parece viscosa na minha boca. — Sinto que estou ficando paranoica, mas depois do que aconteceu ontem à noite…
— Bom — minha irmã maneia a cabeça de forma sorrateira, como quem não quer nada, mas está prestes a soltar uma bomba. — Vocês são livres e desimpedidos…
Fico horrorizada.
— Espera aí… você está… insinuando que eu e o Damien…?
