Ariana, uma mulher que sempre acreditou no amor, vê o seu mundo desmoronar ao enfrentar um divórcio tempestuoso com o homem que a prometeu perante o altar o tal sonhado "felizes para sempre". Aos 30 anos de idade e com o coração partido, ela acha qu...
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ARIANA
É claro que eu sei que o que eu estou prestes a fazer é moralmente errado. Concordar em me encontrar com um aluno em um bar… francamente, onde eu estava com a cabeça quando concordei com isso?! Pelo visto, eu não consigo pensar direito na presença de Damien, o que pode representar algum perigo para mim mesma. Sempre fui o tipo de pessoa que pensa em suas decisões, que calcula cada passo antes de dar um pulo, levando em conta os riscos de pisar em falso, e agora… cá estou eu, dirigindo para o Red Devil, com as entranhas retorcendo de tanta ansiedade.
Você só vai chegar, entregar a jaqueta para ele e ir embora. Nada demais. O que poderia dar errado?
Talvez eu devesse ter aceitado o convite de Jeremy para participar do happy hour que deve estar acontecendo nesse exato momento, e talvez assim eu não me sentisse tão perturbada com as escolhas que tenho feito na última semana. Mas participar dessa festinha entre colegas certamente me deixaria bastante amargurada, ainda mais com as possíveis tentativas de Adam para tentar me convencer com aquele papo de que podemos manter uma amizade saudável.
Eu posso estar sendo precipitada agora, mas pelo menos há algum prazer nisso, mesmo que me custe muito admitir até para mim mesma.
Olho para a jaqueta sobre o banco do carona por alguns instantes antes de voltar a minha atenção para a estrada. O cheiro do perfume dele ainda está presente ali, contaminando todo o ar interno do carro, se espalhando como um vírus inevitável e preenchendo minhas narinas, me fazendo ter a leve sensação de que ele está por perto.
Estou ficando mesmo louca.
É só entrar, entregar a jaqueta e sair, lembro a mim mesma da sequência dos fatos. Eu só preciso manter a mente aberta o suficiente para me lembrar de todos esses detalhes.
Finalmente eu chego ao Red Devil. Parece mais calmo do que da última vez que eu estive aqui, com menos motos enfileiradas. Desço do carro, desta vez um Audi RS7, usando uma calça jeans, camiseta e coturnos. Tomei o cuidado de trazer um casaco desta vez — seria muito conveniente se Damien me emprestasse sua jaqueta mais uma vez, só para eu precisar encontrá-lo em algum outro lugar inusitado, menos barulhento, pouco iluminado, onde possamos ficar sozinhos… balanço a cabeça, afastando esses pensamentos.
As pessoas próximas me olham com estranheza. Talvez o carro seja pomposo demais para um lugar como esse, mas o que eu poderia fazer? Não podia simplesmente comprar uma moto e fingir que sou uma motoqueira selvagem.
Atravesso a porta do bar, com a jaqueta cuidadosamente dobrada sobre a curva do braço, e à medida que eu desço as escadas até o salão, percebo que, apesar de não estar tão cheio quanto ontem à noite, ainda há um número considerável de pessoas bebendo cerveja e jogando cartas. É um alívio passar despercebida, apesar de ter a sensação de que uma pessoa conhecida vai pular na minha frente a qualquer momento e apontar o dedo na minha cara. É impressionante o que a desconfiança pode fazer com a cabeça das pessoas.