oito

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ARIANA

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ARIANA

Damien não apareceu para a aula. 

Tentei não me abalar com isso, mas não posso negar que uma leve preocupação — e desapontamento — recaiu sobre mim durante toda a manhã. Lutei com todas as minhas forças para não perguntar aos outros professores se Damien tinha dado as caras em suas aulas, só para garantir que ele não está me ignorando — coisa que, infelizmente, sei que ele está fazendo. Mas é claro que eu não poderia fazer isso, não sem parecer esquisita e levantar questionamentos. 

Eu não sei porque estou tão chateada pelo fato de ele não ter aparecido na aula. Talvez ele só tenha tido um problema pessoal, ou apenas esteja dando a si mesmo um tempo para pensar nisso tudo — coisa que eu também faria se não fosse professora. Eu daria tudo para ficar um pouco mais na cama, com o rosto afundado no travesseiro e choramingando. Mas eu preciso encarar a vida real, uma vida de adulto responsável, e essa vida com certeza não tem nada a ver com meu desejo descontrolado pelo meu aluno, esse que me deixou acordada durante a noite toda. 

Fui eu quem disse a Damien que deveríamos cortar qualquer laço que estejamos começando a criar. Fui eu quem insistiu em seguir um caminho ético, moral e responsável. Então, por que me sinto tão infeliz quanto a isso, como se eu tivesse perdido a grande chance da minha vida? 

— Você parece cansada. 

Olho para Adam. Estamos em um canto isolado na sala de professores — eu realmente não sei porque ele veio sentar perto de mim —, enquanto há mais duas professoras conversando entre si em uma outra mesa da copa. 

Fico aliviada que a cotovelada que eu tomei ontem à noite não tenha deixado nada mais além do que um inchaço, o que eu soube disfarçar bem com um pouco de maquiagem. Não quero ter de dar explicações sobre isso. 

— Não se preocupe — resmungo, a contragosto, enquanto corrijo alguns trabalhos. 

— Não tem dormido direito? 

Lanço um olhar de soslaio para ele, torcendo para que ele veja o tamanho da minha irritação. 

— Ari, eu sei que o fim do casamento foi difícil… 

— Primeiramente, você pode começar a me chamar de Ariana, já que não temos mais nenhum tipo de vínculo — mantenho o tom de voz baixo, apesar de ríspido; não quero chamar a atenção. — E segundo… acho muito presunçoso da sua parte achar que o motivo por eu não ter dormido muito bem à noite seja você. 

— Eu não insinuei… 

— Pois foi exatamente isso o que você insinuou — largo a caneta sobre a mesa e olho para ele com um olhar duro. — Nosso casamento acabou. Eu não pedi isso: foi ideia sua. Lembra? Então para de agir como se eu fosse criança e não pudesse cuidar de mim mesma. 

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