nove

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ARIANA

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ARIANA

Sem arrependimentos.

Esse é o lema que eu tenho repetido para mim mesma enquanto dirijo à caminho do Red Devil. Eu ainda mal posso acreditar no que estou prestes a fazer, mas não quero pensar muito nisso e dar brecha para minha covardia falar mais alto. 

Lauren tem toda a razão: estou precisando relaxar, e Damien parece disposto a me ajudar com isso. Estou cansada de pensar nas infinitas possibilidades de isso dar errado, afinal, talvez seja melhor se arrepender do que passar a vida toda com vontade, se perguntando como as coisas poderiam ter sido se eu tivesse, uma vez na vida, colocado minhas necessidades acima de todas as outras. 

Eu sei que a incerteza, a dúvida e a hesitação vai ser um incômodo gigantesco, mas digamos que esse vestido que estou usando me faz sentir um pouco ousada. É um consolo, na verdade. Estou disposta a esquecer, por essa noite, quem eu sou: minha profissão, minha idade, minha ética… eu quero dar voz a uma nova mulher, uma mulher que está passando por um momento difícil e tem todo o direito de pensar um pouco em si própria. 

Crie suas próprias regras, lembro a mim mesma. Tudo vai ficar bem se eu fizer as coisas do meu jeito, impôr limites… pode me chamar de mandona, de careta, mas eu me saio muito melhor quando estou no controle das coisas. 

Mas essa não é a intenção? Abrir mão do controle? 

Maldita consciência!

A fachada do Red Devil já está se tornando bastante familiar para mim. Estaciono em frente ao bar e reservo alguns minutos, dentro do carro, para tentar me acalmar. Posso sentir as engrenagens rodando na minha cabeça. Há sempre uma chance de ir embora, mas quer saber? Eu não quero ir. 

Saio do carro, recebendo uma lufada de ar gelada no rosto. Basta só eu alcançar a calçada para perceber um grupo de três caras e uma mulher cutucando um ao outro e depois se virar para mim. Sinto-me ligeiramente incomodada, até um deles abrir um sorriso e dizer: 

— Ei, bonitona, acho que você errou o caminho do Oscar. 

Eles riem entre si, e o comentário desencadeia um sorriso em meu rosto. Eu com certeza não estou vestida para os padrões desse lugar, e o carro não ajuda muito. Mas não importa: estou aqui para recrutar um homem, nem que eu precise usar uma armadura e empunhar uma espada banhada a ouro. 

Trilho o caminho que já conheço. Meus saltos fazem um barulho ritmado enquanto desço as escadas, mas que é abafado pela conversa aos gritos e música de rock clássico. Algumas pessoas notam a minha presença e viram a cabeça para me ver passar. Talvez não tenha sido uma boa ideia usar vermelho em meio a tanto preto — minha intenção era chamar a atenção de apenas um homem, e não de todo mundo. 

Olho ao redor, mas não vejo um rosto conhecido. Será um balde de água fria se ele não estiver aqui hoje, mas tento me manter firme e otimista. Caminho até o bar, minha silhueta pequena se espremendo em meio a dois homens enormes, e tento acalmar a ansiedade que fazem as minhas entranhas darem nós umas nas outras. 

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