três

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ARIANA

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ARIANA

Estou passando de todos os limites. 

Eu não estou ficando paranoica, e tenho certeza disso. Não tenho a impressão de que Damien está olhando para mim com interesse; tenho absoluta certeza, porque é isso o que ele está fazendo. Não sei se se trata de uma brincadeira sem graça ou ele realmente… eu interrompo abruptamente esses pensamentos. Isso está totalmente fora de questão, porque o único interesse que quero dos meus alunos é relacionado às minhas aulas. 

Um peso despenca livremente no meu estômago, e me sinto péssima por estar me comportando como uma adolescente de dezoito anos tentando atrair a atenção da paquera. Que diabos está acontecendo comigo? Eu devo estar desacostumada a ingerir tanto álcool, porque certamente aquelas cervejas estão mexendo comigo. 

É isso aí. Colocar a culpa na cerveja, e não na minha irresponsabilidade, me deixa um pouco melhor. 

Decidida a evitar o olhar de Damien a todo custo, eu me viro para Natasha e me inclino para dizer perto do ouvido dela, por causa da música alta: 

— Preciso ir embora. 

Ela me lança um olhar meio esquisito. 

— Mas já? — reclama. — Nem começamos a nos divertir. 

Eu poderia contar a ela o que tanto me aflige, mas por algum motivo, me sinto um pouco constrangida por admitir em voz alta que estou me sentindo estranhamente atraída por um cara mais jovem… e que ainda por cima é meu aluno! 

— Não estou me sentindo muito bem — eu omito a verdade. — Acho que todo esse barulho está me deixando um pouco enjoada. Preciso dormir um pouco. 

Minha amiga me lança um olhar desapontado, e um suspiro de derrota se esvai por entre os seus lábios. 

— Tudo bem. Eu vou pagar as cervejas e… 

— Não — balanço a cabeça. — Você não precisa ir embora só porque estou indo. É óbvio que você está se divertindo, e eu não quero estragar a sua noite. Está tudo bem. 

Natasha reluta. 

— Tem certeza? 

— Absoluta — afirmo, convicta. — Podemos marcar outra coisa em um outro dia — sugiro. 

Ela balança a cabeça, concordando. 

— Me manda uma mensagem quando chegar em casa — pede. 

É a minha vez de balançar a cabeça. 

— Pode deixar. 

Vou abrindo caminho por entre as pessoas, me sentindo minúscula em meio a tantos caras que mais se parecem com ogros de tão grandes. Não ouso olhar para trás um segundo sequer, porque ainda sinto que ele está lá, escorado na parede, me observando com aquela garrafa de cerveja em mãos. 

PROIBIDO • COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora