Ariana, uma mulher que sempre acreditou no amor, vê o seu mundo desmoronar ao enfrentar um divórcio tempestuoso com o homem que a prometeu perante o altar o tal sonhado "felizes para sempre". Aos 30 anos de idade e com o coração partido, ela acha qu...
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DAMIEN
Eu vejo Ariana no instante em que o seu corpo surge nas escadas. Ela está linda, mas isso não é novidade. Fico surpreso ao perceber que ela se vestiu de acordo com o ambiente: calça jeans com um cinto preto, uma blusa branca que deixa uma amostra discreta da pele da sua barriga, jaqueta de couro e um par daquelas botas de salto grossos. Seu cabelo está solto, com as ondulações das mechas escuras caindo livremente ao redor dos ombros, e a franja parece flutuar ao redor da sua testa, deixando os seus olhos mais misteriosos.
Ela faz uma careta quando nota o quanto o bar está cheio essa noite. Eu admito isso, até mesmo para os padrões do Red Devil. O lugar não é muito grande, e parece que há mais corpos por metros quadrados do que é fisicamente possível.
Ariana se infiltra pela multidão, um corpo minúsculo em meio a paredes de músculos. Acho graça da forma que ela mantém a cabeça um pouco baixa, como se estivesse tentando evitar levar outra cotovelada, enquanto passa de ladinho entre os corpos, tão colada à eles que parece uma espécie de mutação. Ela fica presa no mesmo lugar, e percebo que não vai conseguir sair sem uma forcinha.
— Aonde você vai? — A minha tentativa de sair de fininho não passa despercebida por Raven.
— Resolver uma coisa — respondo vagamente, indo embora antes que ela possa fazer mais perguntas.
Meu tamanho em relação ao de Ariana é bastante superior, então consigo abrir caminho entre os brutamontes com mais facilidade. Eu chego por trás dela, segurando em cada lado da sua cintura, e ela se vira, com os olhos arregalados, para olhar para mim. A tensão em seu rosto se dissipa no instante em que ela me reconhece.
— Percebi que precisava de uma mãozinha — eu brinco.
Ela sorri.
— Eu nunca vi esse lugar tão cheio — diz ela.
— Bom, você não vem sempre aqui.
— Tem razão.
Trocamos um olhar, e de repente, tudo à minha volta — a música, as risadas altas, a conversa paralela — parece desaparecer completamente, restando apenas ela na minha frente, tão bonita e sexy nessas roupas de motoqueira.
Sou puxado de volta à realidade quando sinto um empurrão brusco na lateral do meu corpo, e eu cambaleio alguns passos para trás, levando Ariana junto, até uma pilastra de madeira me impedir de continuar recuando e, consequentemente, cair no chão. O corpo de Ariana se choca contra o meu, e soltamos gemidos em uníssono por causa da pancada, mesmo que eu tenha absorvido todo o impacto.
Trocamos um olhar e depois rimos.
— Você está bem? — pergunta ela.
Eu coloco uma mecha do seu cabelo para trás da orelha, olhando dentro daqueles olhos profundos e brilhantes.
