doze

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ARIANA

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ARIANA

Damien me empresta uma de suas camisas para depois do banho, e parece que o cheiro dele está impregnado em cada parte minha. Ainda no banheiro, eu arrisco uma olhadela para o espelho, e ainda encontro os meus olhos brilhando ridiculamente. Desvio o olhar, porque sei que um sorriso bobo está prestes a se formar na minha cara. 

Isso é loucura, eu sei. Eu pensei que, ao terminarmos, eu estaria arrependida o suficiente para sair correndo e nunca mais olhar para trás, mas depois que Damien saiu de dentro de mim, tudo o que eu conseguia pensar era no momento em que ele estaria enterrado lá mais uma vez. Não sinto arrependimento; o que sinto é uma vontade avassaladora de passar a noite toda transando com o meu aluno. 

Droga, isso é tão errado. Talvez por isso seja tão gostoso: a ideia do proibido é capaz de atrair qualquer pessoa, e eu caí feito um patinho na armadilha. 

Fecho os olhos por alguns segundos, minha mente divagando para o momento em que ainda estávamos na cama. É como se eu pudesse visualizá-lo bem na minha frente, em cima de mim, me penetrando, enquanto seus lábios atrevidos brincam com o meu mamilo intumescido. E quase que imediatamente, os bicos dos meus peitos ficam duros com essa projeção de imagem. 

Resisto contra a vontade de tocar os meus seios e a crescente necessidade de deslizar os dedos por entre as minhas pernas. Abro os olhos lentamente, sentindo o sangue correr quente pelo meu rosto, e levo um susto ao perceber que meu sonho, de certa forma, se tornou realidade: bem na minha frente, Damien está olhando para mim, escorado na porta do banheiro com uma calça de moletom que cai perfeitamente sobre os seus quadris e um olhar de quem parece entender exatamente o que se passa na minha cabeça. Mas isso é só um reflexo no espelho. Quando olho por cima do ombro, seus olhos parecem muito mais intensos. 

Fico um pouco sem graça, porque os meus mamilos perfeitamente desenhados sob o tecido da camisa sugerem que eu estava pensando em coisas indecentes, e não posso fazer nada para disfarçar. 

— No que estava pensando? — pergunta ele, com os olhos intensos. 

Enrubesço. 

— Nada demais — minto.

Ele retrai o canto da boca em um leve sorriso, antes de descer os olhos para os meus mamilos e depois erguer o olhar para o meu rosto novamente, com a sobrancelha levemente arqueada. 

— Trouxe o que você pediu — ele indica um pequeno recipiente que parece a tampa de um frasco de plástico. — Foi o melhor que eu consegui encontrar. 

— Serve. Obrigada. 

Ele me entrega o pequeno recipiente junto com um frasco de colírio e eu despejo algumas gotas do líquido incolor dentro da tampa antes de deixá-los sobre a pia. Abro a torneira e lavo bem as mãos, e depois de secá-las, começo o processo para retirar as lentes de contato: olho para cima e puxo a pálpebra inferior para baixo e depois retiro cuidadosamente a esfera incolor sobre a íris. Coloco a lente no recipiente com colírio e faço o mesmo com o outro olho. Pisco algumas vezes, agora passando a enxergar um pouco embaçado, antes de perceber que Damien me observa atentamente. 

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