Ariana, uma mulher que sempre acreditou no amor, vê o seu mundo desmoronar ao enfrentar um divórcio tempestuoso com o homem que a prometeu perante o altar o tal sonhado "felizes para sempre". Aos 30 anos de idade e com o coração partido, ela acha qu...
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ARIANA
Tenho consciência de que braços fortes me erguem do chão. Tudo ao meu redor parece girar, e minha cabeça está pesada como chumbo enquanto um enjoo se instala nas minhas entranhas. Parece que não tenho controle do meu próprio corpo, mas ele estranhamente gosta desses braços, desse toque, desse calor. Quero me aconchegar mais e mais, mas não consigo enviar comandos ao meu cérebro, já que toda a minha concentração está focada em um ponto de dor, em algum lado do meu rosto que não consigo identificar.
— Vou levá-la para os fundos — minha audição parece abafada, porque a voz ressoa bem distante.
Meus ouvidos parecem ir recuperando sua função aos poucos, e consigo distinguir uma música alta, conversa paralela e passos se afastando, à medida que sou levada junto. Com a queda que eu tomei, tenho consciência de que devo ter atraído bastante atenção para mim, mas a dor no meu olho não dá brecha para que eu possa me preocupar com isso agora ou sentir vergonha pelo mico.
Ouço o barulho de uma tranca que me lembra muito uma porta abrindo, e depois se fechando com um baque seco, e de repente todo o ruído ao meu redor é abafado. Ainda consigo ouvir o cantarolar de uma música em um ponto bem distante, mas a conversa alta, gargalhadas e batidas na mesa desapareceram completamente.
Minhas costas descansam em algo macio, e parece que sou depositada sobre um sofá.
— Ela vai ficar bem? — pergunta uma voz desconhecida. — Ela não precisa de, sei lá, um médico? Aquela cotovelada foi quase um soco.
Eu me encolho ao me lembrar da dor.
— Relaxa, maninho — é a voz de Damien. — Um pouco de gelo e ela vai estar novinha em folha.
Maninho. Estou no mesmo cômodo que os irmãos Baker, e me sinto ainda mais desconcertada.
Viro a cabeça e tenho a impressão de estar olhando para Damien, parado perto da porta. Mas o cabelo de Damien é um pouco maior, e se me lembro bem, os braços dele são cobertos por tatuagens. Então me dou conta da semelhança assombrosa entre os irmãos, e que aquele é o tal maninho.
O sofá afunda com um segundo peso, e me dou conta de que Damien, o verdadeiro, acabou de sentar ao meu lado.
— Vou pegar gelo, então — diz o irmão desconhecido, antes de desaparecer por uma porta.
— Ei, aí está você — olho para Damien e percebo que ele está me encarando com um sorriso. — Como se sente?
— Como se tivesse levado um soco na cara — resmungo.
Ele ri.
— Bom, foi quase isso.
— Pensei que tinha dito que os seus amigos eram inofensivos — eu alfineto em tom sarcástico.