Capítulo 36

1K 124 3
                                    

A noite estava agradável apesar da minha insônia. Eu fiquei um pouco ansioso para fazer uma lista de coisas que eu gosto de fazer, a pedido da terapeuta. Segundo ela eu precisava me conectar comigo mesmo, para só assim ser o melhor para alguém. E até que tem funcionado, eu acho. Já não vejo mais a necessidade de ser sempre rude. Até o meu pai notou isso. Estivemos conversando há uns dias atrás e ele notou isso. Disse até que eu estava me tornando um homem comum. Para ele pode parecer ruim, mas para mim era um elogio.

Pensei no quanto o meu pai também seria difícil.
Ele, assim como eu sempre teve a mente fechada, então aceitar a mim dessa forma, com certeza seria complicado. Principalmente quando se tratar da menina. Em uma atitude voluntária, sorrio ao pensar nela e no quanto ela tem me ajudado indiretamente. Por mais que ela me odeie e me ignore, eu acredito que ainda posso conseguir pelo menos o seu perdão. Mas isso ainda levaria tempo. Volto a me concentrar na lista mas minha atenção foi tirada pela vibração do meu celular. Já eram quase uma da manhã, quem em sã consciência me ligaria essa hora?
Me levanto e pego o celular na mesinha de centro. O meu coração quase sai da boca quando vejo que era ela. Engulo seco e um pouco nervoso, atendo a chamada.

_Aline? - Eu pude ouvir um som alto bem ao fundo e em seguida uma voz feminina

_Moça? O que aconteceu?

Não ouço nenhuma resposta dela, aliás ouvir estava muito difícil devido a altura do som.

_Aline, o que está acontecendo? - Tento mas não obtive êxito

De repente ouço um baque, seguida de uma voz masculina e me levanto para tentar ouvir direito.

_Saia daqui! - Ouço a voz de um homem e começo a me desesperar

Subo correndo para o quarto e coloco uma roupa, estava somente de short. Coloco o celular no viva voz e fico atento para ouvir o que quer que fosse. Desço, pego as chaves do meu carro e dirijo até sabe-se lá onde. Eu só sabia que precisava ir até ela.

_Saia daqui, sua vadia. Isso é assunto meu!

Consigo ouvir a voz do homem novamente e a aflição tomou conta de mim.
Com quem ele estava falando essas coisas?
E o que estava acontecendo?
Começo a pensar logo o pior e coloco a chamada em espera, ligando para o Felipe em seguida.

_Então já está fazendo efeito...

Ouvir aquilo me desestruturou de uma forma que eu coloquei o pé no acelerador, enquanto o celular chamava, até que ele atende.

_Isso é hora de me ligar, Cristopher? - Eu não tinha tempo para falar então vou direto ao ponto

_É urgente. Eu preciso que me ajude a rastrear um celular. Tem uma pessoa importante que eu acredito estar em perigo.

_É claro. Só me passe algumas informações e eu rastreio.

Passo o que ele pede e rapidamente ele me envia a localização. Ela estava em São Gonçalo, em uma boate. Agradeço ao Felipe e tiro a chamada da espera.
Mas o que ela estava fazendo lá?
Acelero o carro e começo a ligar os pontos.
Ela estava em uma boate, com um homem talvez, mas então porque ela me ligou?
Será que para me provocar?
Não, eu acho que não.
Só então me lembro do tal homem falando de algo estar fazendo efeito. Ele com certeza deve tê-la drogado.

Ela é uma menina do interior, nunca deve ter ido a algum lugar semelhante, não sabe como funciona essas boates. Então com certeza alguém deve ter se aproveitado da inocência dela e neste momento pode estar fazendo alguma maldade à ela. Só de pensar nisso o meu sangue ferve e eu acelero mais. Fodase se eu tomar multa, agora não é hora para pensar nisso. Ouço a música um pouco mais alta e em seguida ela bem mais baixa.
Com certeza deve ter saído e...
Não!
Passo a mão no rosto e nos cabelos aflito, eu suava frio, tinha medo do quê esse cara pode estar fazendo com a menina e em um ato impensado eu acelero mais. Se esse cara fizesse algo para ela, ele ia morrer por isso.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora