Capítulo 105

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_Obrigado, Cristiane. - Agradeço assim que saio de seu consultório - Conto com sua presença.

Eu havia deixado o convite do meu casamento e aproveitado a sessão. Estava muito perto, faltavam apenas uma semana e o nervosismo tomava o meu corpo. Nós optamos por uma cerimônia pequena, com apenas os mais próximos e em um local reservado. A menina era discreta e não queria aparecer na mídia. Estaciono o carro na porta de sua universidade e a aguardo do lado de fora. Depois de alguns minutos, ela sai acompanhada de um rapaz. Eles sorriam espontaneamente e pareciam estar se dando muito bem. Eu tento não sentir ciúmes, mas é impossível.

_Oi meu amor. - Diz me abraçando

_Oi princesa. - Retribuo o abraço tentando disfarçar o ciúmes

_Deixe-me te apresentar, esse é o Diego. O meu colega de turma.

_Muito prazer, senhor Magalhães. - Oferece sua mão - Já ouvi falar muito de você.

_Espero que coisas boas. - Aperto sua mão

_Com certeza. E então, vamos?

_É claro. - Ela se vira para mim - Temos um trabalho e eu havia me esquecido de falar com você que não precisava vir aqui hoje.

_Você vai na casa dele?

Ela percebendo o meu estado, solta um suspiro e tenta se justificar.

_Tudo bem para você?

_Tudo. - Minto descaradamente - Me liga quando terminar.

_Está bem. - Sorrio um pouquinho - Eu te amo.

_Eu também te amo.

_Até mais, senhor Magalhães. Foi um prazer conhecê-lo.

Os vejo entrar no carro e eu fecho os olhos para tentar não surtar aqui mesmo.
É só um trabalho idiota da faculdade!
O meu cérebro insistia em dizer, no percurso do escritório.
Assim que chego, entro diretamente na minha sala e em poucos segundos a porta se abre.

_Eu não consigo me decidir... - Vira o tablet com dois paletós para mim - Qual ficaria mais bonito em mim?

Eu estava com as mãos na cabeça e sentindo o meu rosto formigar, o que provavelmente deveria deixá-lo vermelho.

_Eu acho que vim em uma péssima hora. - Senta-se - O que aconteceu?

_Nada, Ricardo.

_Você não quer que eu acredite, não é?!

Levanto os olhos, olhando friamente para a cara de meu amigo. Ele ainda tinha um hematoma no rosto e cortes nos lábios. A sua recuperação foi dura, mas ele havia conseguido se recuperar, apesar das diversas lesões. Mas com os cuidados dos pais, com a fisioterapia, ele parecia estar melhor. Esses quase dois meses foram difíceis para ele, mas tudo estava bem.

_Aline foi fazer um trabalho da faculdade.

_E daí?

_Com um homem.

_Eu não vejo nada demais nisso.

_Eu estou falando que a minha noiva foi fazer a merda de um trabalho com um homem. - Levanto-me - E detalhe, na casa dele.

_Cristopher, é só um trabalho.

_Enfia isso na porra do meu cérebro. É um rapaz da idade dela, eles conversavam e sorriam quando fui buscá-la.

_Você está sendo exagerado. - Encosto na mesa - Se está com tanto ciúmes por que não pediu para fazerem na sua casa?

_Eu não quero ser controlador. Eu não posso ditar onde quero que ela vá ou esteja. Ela é a minha noiva e não a minha marionete.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora