Capítulo 5 - Aline

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A passos largos, eu corria para chegar antes da hora no escritório. Tenho certeza que aquele idiota não iria facilitar e eu não o daria motivos para reclamar. Se bem que não importa o que eu faça de qualquer maneira ele irá despejar sobre mim o seu ódio. Eu estava tão feliz pela oportunidade, sabia que não seria fácil, mas eu não poderia perder essa oportunidade. Mas quando me encontrei com o Senhor Magalhães ontem, me recordei da sua ignorância no dia do acidente. Mas não imaginava o que viria. Ele simplesmente jogou sobre mim o seu racismo e seu preconceito. Eu tive que me segurar para não chorar na frente dele. Ele é um racista extremo.

Eu me senti uma insignificante. Eu havia chorado ontem em casa e não iria derramar lágrima alguma mais a respeito do ocorrido. Chego na portaria e o segurança não era o de ontem
Foi demitido pelo troglodita.
Entro debaixo de seu olhar temeroso e o cumprimento. Caminho até o elevador e aperto o botão.
Olho as horas e faltava um minuto para o horário. O elevador começa a encher, e era desconfortável aqueles burburinhos. Por fim ele chega no último andar e eu respiro profundamente.
Mas tive que inspirar novamente.
O senhor Magalhães estava de frente à mesa em que eu ficaria. Caminho oscilante e antes que eu pudesse lhe dar um bom dia, ele começa a protestar.

_Está atrasada! - Olho no relógio do celular e realmente estava atrasada

2 minutos!

_Me perdoe. O elevador começou a encher e as pessoas desciam...

_Não coloque a culpa de sua irresponsabilidade nos outros.

Não me preocupei em falar nada com ele, até porque era em vão.
Sento na cadeira e ele me acompanha com o olhar.

_O senhor precisa de alguma coisa?

_Cristopher... - Era o amigo dele - Você deve ser a nova secretária.

_Olá, muito prazer. Aline dias.

_Muito prazer, Senhorita Aline. Eu sou Ricardo Alencar. - Estende a mão e eu o cumprimento - Eu sabia que não estava errado em selecionar o seu currículo. Você tomou uma ótima decisão. Eu tenho certeza de quê ela é a melhor para ocupar esse cargo, você me parece muito solicita e atenciosa.

Senhor Magalhães o olhou com uma cara que... Misericórdia!

_Obrigada pela oportunidade. Pode ter certeza de que não irá se arrepender.

_Será que dá para vocês irem trabalhar?

Ele começa a caminhar e entra na sua sala batendo a porta. Eu me sento e passo as mãos no rosto, nervosa.

_Ele é muito chato, mas no fundo é um cara gente boa.

_Não é o que parece. Ele foi muito rude ontem comigo.

_Eu até tento ajudá-lo, mas ele é tão preconceituoso que irrita. Não deixe ele te ofender, se ele demiti-la você pode falar comigo. Ele tentará te intimidar, será grosseiro mas... - Segura as minhas mãos - Eu sei que você é a pessoa ideal para isso, eu sinto.

O olho confusa, ainda sem entender o que ele queria dizer.

_Ideal para o quê, Senhor Alencar?

_Um dia você saberá. Tenha um bom trabalho.

Ele caminha até a sua sala, deixando-me com uma cara de interrogação. Tento não me desesperar, mas logo me assusto com o toque do telefone.

_Alô? - Atendo prontamente

_Na minha sala agora!

O sem educação não parecia saber falar um por favor.
Me levanto e caminho até a sua sala. Bato na porta e ouço a sua autorização.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora