Capítulo 74

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O Ricardo havia acabado de me ligar, avisando que ela tinha acordado. Rapidamente eu termino no escritório e corro para o hospital. Logo ela receberia alta e eu queria estar junto à ela para comemorar essa vitória juntos.
Ela está curada!
Tem noção do quanto isso é maravilhoso?
Eu não conseguia conter a emoção, eu parecia um menino que ganhou o seu brinquedo dos sonhos de tão feliz que eu estava.
E as lágrimas em meu rosto não me deixavam negar.
O maior problema seria convencê-la de que apesar da cirurgia ser bem sucedida, ela precisaria de cuidados. E eu quero fazer isso, por mais que Ricardo até consiga, mas é o mínimo que eu poderia fazer por ela. Mas o difícil é convencer aquela teimosa.

Eu ainda tinha um tempinho para conseguir convencê-la e começo a pensar no que falar, mas sou tomado de surpresa quando ela diz para irmos para casa. No começo eu não compreendo, fico um pouco confuso mas depois de alguns segundos eu finalmente entendo que ela estava aceitando ficar na minha casa, ou melhor, nossa casa. Os meus argumentos foram por água abaixo, mas o que terá acontecido para ela ter cedido facilmente assim?
Eu a conheço, sei que ela é difícil de lidar e ter aceitado tão facilmente assim me deixa boquiaberto, mas extremamente feliz, acima de tudo.
Sem contar que se ela não aceitasse, eu teria que desfazer a festa que pedi para que preparassem para ela.
Ela ainda olhava para cada detalhe surpresa, não conseguia parar de chorar, mas dessa vez era de felicidade. O seu sorriso estava estampado em seu rosto e eu a convido para se sentar, ela não podia fazer tanto esforço.

_Está muito lindo! - Dizia entre lágrimas - Obrigada, amor.

Eu me sentia um sortudo, o homem mais feliz do mundo por proporcionar essa felicidade à ela.

_Eu queria que se sentisse acolhida.

_Eu estou. - Diz deixando-me aliviado - Mas como sabia que eu viria?

_Eu não sabia. Mas insistiria até te convencer.

_O Ricardo foi mais rápido me convencendo.

_Persuasivo como ele é, isso não me surpreende.

_Você também é. Acredito que até mais que ele.

_Com você é diferente.

_Está dizendo que eu sou difícil, senhor Magalhães?

_Não foi isso que eu disse.

_Mas foi o que pensou.

_Não é nada disso... - Ela cruza os braços - Se não desfazer essa expressão, eu mesmo terei o prazer de fazer isso.

Ela arqueia a sobrancelha, me desafiando.
Foi você quem pediu.
Ela adorava me provocar dessas formas porquê sabia que eu não resistia.
E para piorar, ela ainda acabava comigo quando suspirava entre os beijos. Ela não deveria perceber que saíam naturalmente, mas me excitava ainda mais.
Mas ela ainda estava de recuperação, não é lícito a sujeitar a essas situações, por mais prazeroso que seja. Eu devo pensar primeiramente nela e em sua saúde.

_Me desculpe. Eu me excedi um pouco e...

_Está tudo bem. Eu também queria, não precisa se sentir culpado.

_Eu estou cuidando de você. E não quero parecer um aproveitador.

_Você não está, assim como não é. Saiba que tudo o que acontecer aqui será por vontade mútua.

_Não quando o outro em questão está nas suas circunstâncias.

_Se quer saber, eu me sinto bem. Só estou com um pouco de tontura e fome. Muita fome.

_Que cabeça a minha! É claro que você estaria com fome. - Me levanto rapidamente - O que você deseja comer?

_O médico disse que eu preciso restringir alguns alimentos mas com certeza você sabe quais são.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora