Capítulo 28

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_Me desculpe, senhor Magalhães. Não foi a minha intenção...

Ela desvia o olhar e começa a se explicar mas se embola nas palavras, aparentemente envergonhada.
Sinto o meu rosto esquentar instantaneamente e a vermelhidão fazer-se presente.

_Você não deveria ter entrado aqui. - Meu cérebro falava uma coisa e meus lábios pronunciavam outra

_Eu pensei que o senhor tivesse ido trabalhar e por isso subi para arrumar o seu quarto. - Começa a secar o chão com o pano

_Eu deveria estar no escritório mesmo, mas acordei atrasado. - Suspiro e caminho até o meu guarda-roupa para procurar uma roupa e nos tirar daquela situação vergonhosa

Procuro por minhas peças que eu mais gostava e não as encontrei. Mas não é possível isso!

_Merda! - Me viro e ela me olha assustada - Você sabe se tem uma gravata preta com listras brancas na lavanderia?

Ela se levanta temerosa, tinha secado toda a água que derramou ao deixar o balde cair e agora olhava diretamente para o meu rosto.

_Eu vi essa gravata lá. - Desvia o olhar novamente

_Isso só pode ser brincadeira. Como eu vou usar a minha camisa social favorita sem a gravata? - Ela ainda se mantinha distante e calada

Sua respiração estava ofegante, ela parecia estar sufocada no mesmo ambiente que eu.
Ou será que...?
Não. A senhorita princípios não iria se sentir atraída por mim, que ela tanto odeia. Envergonhada sim, mas atraída? Eu dúvido muito.
Olho novamente e ela continuava parada sem olhar para mim, com as mãos para frente mexendo os dedos compulsivamente.
Isso vai ser engraçado!

Meu subconsciente apita e eu tive uma idéia.
Vamos ver se a senhorita certinha é facilmente seduzida por mim.
É sério isso, logo ela?
A minha consciência depois de tempos dá as caras, mas é tarde demais. Que se foda que ela não é grandes coisas ou que é negra, eu não ia deixar de me divertir com ela por causa disso. Vai ser divertido vê-la de uma forma diferente, desde que nos conhecemos eu só a vi brava. Me viro para o guarda-roupa novamente e a chamo.

_Senhorita dias, será que pode vir até aqui? - Eu a olhava pelo espelho da porta e pude vê-la dar um longo suspiro e engolir seco

Ela se aproxima cautelosamente e fica ao meu lado olhando para as mãos.

_Pode escolher uma para mim? - Abro a gaveta de cuecas

_Eu escolher? Mas por quê? - Levanta os olhos e me olha ainda mais envergonhada

_Eu irei sair com uma mulher essa noite e você deve saber o que outra mulher gosta. Me diga, qual dessas cuecas é propícia para a ocasião? - Minto descaradamente e pude vê-la estremecer

_Eu não tenho idéia, senhor. Como saberei o seu gosto?

_Ora vamos... - Chego mais perto dela e ela não se afasta - Se você fosse sair com um homem, qual cueca iria querer que ele estivesse usando?

_Por que eu iria ver a cueca dele? - Sua pergunta me pega desprevenido

_Como assim? Porque vocês irão transar. A não ser que esteja indo a encontros para beijar como uma adolescente. - Ela desvia o olhar novamente e eu faço algo muito inconveniente

Seguro o seu rosto e o viro para mim. Era perceptível o desconforto e timidez dela. E aquilo só me deixava mais atiçado. Encaro os seus olhos claros e ela estremece desviando novamente.

_Se eu falar o senhor me deixa ir embora? - Agora a brincadeira está ficando boa

_Deixo sim. - Minto novamente

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora