Capítulo 42

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Eu tinha acabado de jantar, tomar banho e agora estava indo fiscalizar seu sono. Entro no quarto e ela estava dormindo. Coloco a mão em sua testa e ela não estava tão quente. Acho que a febre deve ter melhorado um pouco. Sento em sua cama e fico a admirando. Eu não sei o que aconteceu para lhe dar um beijo, só sei que eu me senti bem fazendo aquilo, então o fiz. Suspiro e passo a mão em seu rosto. Ela dormia tranquilamente, fazendo o biquinho.
Quem diria que eu teria que cuidar dela?
Isso só podia ser coisa do destino. Ela começa a se mexer e acorda, olhando para mim em seguida.

_O que faz aqui? - Sua voz sai baixinha e ainda sonolenta

_Shiiiu... não se preocupe, volte a dormir. - Ela pisca algumas vezes e fecha os olhos novamente

Ela deveria estar com muito sono ou talvez fosse o efeito da droga. Coloco o cobertor em cima dela novamente e pude vê-la com a minha camisa. Eram quase meia noite e eu também estava exausto. Portanto, me deito e durmo rapidamente.

Acordo com a luz que entrava na fresta da cortina e com uma voz que parecia ser a dela.
Mas ela estava falando sozinha?
Ou deveria estar ao telefone.
Me levanto e caminho até o seu quarto, estaciono na porta e pude vê-la encenar uma cena.
Será que ela fazia teatro?

_Senhor Magalhães, eu já estou me sentindo melhor e posso ir para casa... - Não era uma peça, ela treinava para falar comigo - Não. Não soou convincente.

_Menina? - A chamo e ela se vira para mim

_Senhor? - Ela engole seco e começa a me inspecionar

_O que estava fazendo? - Pergunto e a vejo se distrair olhando para o meu corpo

Eu vestia um short e eu estava sem cueca. Mas era melhor do quê dormir de cueca e correr o risco de ser visto assim novamente por ela. Seu olhar me queimava e eu começo a ficar tenso. Era de manhã e é normal acordar excitado, mas se ela continuasse a me olhar assim só ficaria mais difícil ainda esconder.
Me aproximo e ela começa a se afastar lentamente.

_Não se aproxime. - Diz encostada na parede

_Está com medo?

_Eu não tenho medo de você! - Sua voz sai trêmula

_Eu também não quero que tenha. Eu nunca te faria mal algum. - Penso em colocar a mão em seu rosto e ela arqueou a sobrancelha

_Não mais, não é!? - Ela sai do meu possível toque

_Está com fome? Eu posso fazer algo para você comer. - Desvio o assunto

_Estou sim. - Ela se vira e começa a andar

Eu a sigo para o andar de baixo, ela parecia muito melhor. Com certeza estava cem por cento.
Ela se senta na mesa e espera por mim. Trago o nosso café da manhã e começamos a comer em silêncio, até que ela começa a falar.

_Meus antepassados devem estar sorrindo vendo você me servir. - Ela tinha um sorriso contido

_Não se acustume. Eu não faço o tipo cavalheiro. - Ela me olha de lado

_Agora eu entendi porque você não tem namorada.

É, ela já estava 100%!

_Se te interessa saber, eu não tenho namorada porquê eu não quero. - Ela revira os olhos

_A mulher para te aguentar tem que te amar muito, porque olha...

_Amor? Você acredita mesmo nisso? - Questiono curioso

_Mas é claro. Qual o outro motivo das pessoas ficarem juntas? - Inocência deveria ser o seu sobrenome

_Interesse, conveniência, paixão, entre outros.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora