A noite tinha sido tão boa, apesar de sentir uma tensão no ar. O Cristopher não estava se sentindo muito bem, até tentava disfarçar, mas era notório. Então não demoramos muito e viemos para casa. Ele estava inquieto, algo parecia o afligir, mas ele não sabia o que era. Talvez um pressentimento ruim, mas era difícil identificar. Eu tentei tranquilizá-lo e ficar ao seu lado a todo momento. Ele chegou a dormir de madrugada, mas logo acordou e me abraçou possessivamente. Parecia estar sofrendo, angustiado. Até mesmo quando fazíamos amor, ele estava diferente. Me segurava com certo medo, como se eu fosse escapar. O restante da noite, eu sentia o seu olhar sobre mim. Ele estava velando o meu sono e dizendo palavras que eu não entendia perfeitamente. Quando amanheceu, ele apenas alegou estar sem fome e me deu um beijo suplicante, como nunca havia feito.
Me abraçou por incontáveis minutos e saiu._Com licença. - Levanto os olhos e havia uma moça em minha frente - Eu gostaria de fazer um pedido.
_O que deseja? - Espanto esses pensamentos e volto ao trabalho
Ela faz o seu pedido e se senta, na cadeira.
Era uma moça muito bonita, vestia roupas sociais e de longos cabelos castanhos. A lanchonete estava vazia, só estavam trabalhando apenas eu e a outra moça, devido aos turnos. Sirvo o pedido da moça, que agradece e volto ao balcão. Como ainda não havia comido nada, faço um café rápido. Levanto os olhos e a moça me observava, mas desvia o olhar rapidamente, deixando-me intrigada. Volto a tomar o café, afastando essas paranóias sem sentido da minha cabeça._Eu gostaria de pedir outro café, por gentileza.
_Aqui está! - Entrego e ela fraqueja, deixando-o cair
_Desculpe-me, moça. Eu sou mesmo uma desastrada.
_Não se preocupe. Está tudo bem. - Seguro o pano de chão e saio de trás do balcão para limpar
_Me desculpe, de verdade. Eu não queria lhe causar esse desconforto.
_Isso é normal. Acidentes acontecem. - Termino de limpar
_Eu estou morrendo de vergonha. - Diz dramática - Eu irei deixar uma gorjeta para compensar essa lambança minha.
_É o meu trabalho, não precisa.
_Eu faço questão.
_Obrigada então. - Guardo no avental - Eu vou pegar outro café.
Pego outro café a entregando, em seguida. Ela agradece e senta-se. E eu me sento na bancada, e volto a beber o meu café. A moça ainda me olha novamente, sorrindo tímida e depois começa a mexer em seu celular.
Em seguida, ela paga a sua conta e vai embora.
Os clientes começaram a chegar e o dia começa a correr. Estava quase no fim do meu expediente e o meu celular começa a tocar. Olho o visor e era o Cristopher._Meu amor? - Uso um tom de curiosidade
_Oi meu amor. - Sua voz era tensa - Você falou com o Ricardo hoje?
_Não. Por quê? Aconteceu alguma coisa?
_Eu não sei, ele não apareceu para trabalhar hoje. Eu estou preocupado, ele não é de faltar sem justificativas plausíveis.
_Você já tentou falar com ele? Com alguém próximo à ele?
_Nós somos os mais próximos. Eu o aguardei até determinada hora, mas já está quase no fim do expediente e nada dele.
_Eu vou tentar ligar para ele e para o porteiro do prédio.
_Está bem, obrigado. Tentarei fazer algo por aqui também.
_Ótimo, me mantenha informada. Não se preocupe em vir me buscar, eu pegarei o ônibus.
_Tem certeza? - Assinto - Tudo bem então, eu vou tentar fazer alguma coisa. Eu amo você!
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O outro lado do amor
RomanceNenhuma linha se cruza por acaso, certo? Cristopher Magalhães é o homem que encanta a qualquer mulher, aparentemente destemido e egocêntrico, e ao mesmo tempo frágil e intrigante. Aline Dias está fora de qualquer padrão, é sensível mas também dete...