Capítulo 85

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_Cristopher Magalhães? - Atendo a chamada

_Ricardo, onde você está? Aconteceu alguma coisa? - Pergunto desesperado ao ver o seu nome no visor

_Senhor, me desculpe. Aqui é do hospital central.

_Hospital? - Me desespero - Onde está o Ricardo?

_É o que estou tentando dizer. O senhor Ricardo Alencar se envolveu em um acidente de trânsito, pelo que apuramos ele estava desmaiado ao volante e acabou batendo em outro veículo.

_O que? Como assim? Como ele está?

_Está estável, ainda está desmaiado mas em breve irá acordar. Tentamos ligar para o número de uma outra moça, salvo como favorito. Mas o seu telefone se encontra desligado. Então liguei para o seu, por ser o segundo salvo como favorito. O senhor é parente do paciente?

_Eu sou amigo e daqui a alguns minutos, estarei aí. Obrigado por me avisar.

_Estaremos o aguardando. Boa tarde e passar bem.

Meu Deus, Ricardo! O que você fez?
Eu sempre soube que Ricardo e volante não é uma boa combinação, mas dessa vez foi longe demais. Ele havia se acidentado e eu torcia para que não fosse nada grave. Com uma pressa desumana, eu dei a partida no carro, mas antes olho a caixa de mensagens. Havia uma mensagem da menina, avisando que iria procurar o Ricardo e que eu não precisaria me preocupar voltar tão cedo para casa.
Conecto o celular ao carro e tento diversas vezes ligar, mas o seu celular estava desligado.
Deve ter ficado sem bateria!
Daqui a alguns minutos eu voltarei a tentar. Provavelmente ela deve chegar em nossa casa daqui a pouco, então eu tentarei depois.
Piso no acelerador e dirijo rapidamente ao seu encontro.

Estaciono e desço, com certa rapidez.
Peço informações na portaria e subo para o seu quarto.
Eu sabia que algo estava errado!
Eu sentia!
O mau presságio não foi em vão ontem.
Não consigo conter o desespero que tentei segurar enquanto dirigia e deixo escapar algumas lágrimas.
O sentimento de culpa me tomava, mas eu não entendia o porquê.
Eu preciso ser forte, esse momento exige isso.
Caminho até a porta do quarto e pude vê-lo. Ele estava com um soro no braço, tinha a cabeça enfaixada, um gesso no braço e vários machucados no rosto. O meu coração se aperta novamente ao vê-lo daquela forma, tão indefeso. Ele ainda dormia, por isso prefiro não entrar e deixá-lo descansar.
Pego o celular para avisar a menina, mas ainda estava desligado.
Isso já está estranho!

_Senhor Magalhães? - Ouço a voz do médico e por coincidência era o mesmo médico da cirurgia da minha menina

_Doutor Barella, como vai? - Guardo o celular

_Estou muito bem e a sua namorada?

_Está muito bem. E o Ricardo? Como ele está? Eu recebi a ligação do hospital avisando do acidente.

_Eu estou cuidando do seu amigo. - Ele lê o prontuário - Pelas informações que recebi, ele desmaiou ao volante e acabou batendo em um caminhão e tendo sérias lesões. Uma fratura no braço, quatro costelas quebradas e luxação na cabeça.

_É pior do que eu imaginei. Mas ele irá melhorar, não é? A moça informou que ele iria acordar e até agora nada.

_Eu estive fazendo exames e nada aponta o uso de alguma substância química ou coisa parecida. Você sabe se ele faz uso de algo? Quer dizer, dormir ao volante assim repentinamente não é nada normal.

_Ele não usa drogas, muito menos remédio para dormir. Ontem ele parecia muito cansado, até chegou a comentar, mas eu não pensei que fosse tão grave assim a ponto dele dormir e se acidentar.

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora