Capítulo 41

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Estava deitada na cama aguardando ele voltar. Um pouco nervosa. Ele teria que me dar banho e novamente me veria nua. Suspiro afastando essa idéia da cabeça, senão eu ficaria mais envergonhada ainda e não conseguiria. Mas ele prometeu ser respeitoso, então eu não teria com o quê me preocupar.
Ou teria?
Ai Jesus, misericórdia!
Engulo seco ao pensar na situação, quanto mais eu evitava lembrar, mais eu lembrava. Meu coração começou a palpitar e eu tento me acalmar.
Está tudo bem, Aline.
Ele não irá ver nada, é só um banho.
Tudo bem que ninguém nunca me viu nestas circunstâncias mas é só um banho.

É só um banho!
Eu repetia para mim mesma de olhos fechados.

_É só um banho. - Suspiro e abro os olhos me deparando com ele na minha frente

Ele tinha um sorriso divertido nos lábios e uma expressão tranquila. Tinha uma muda de roupas nas mãos e seu olhar era direcionado totalmente à mim.

_Vamos? - Ele coloca a roupa na cama - Eu trouxe algumas roupas minhas para você. Essa roupa estar suada, além de não ser confortável.

Ele me ajuda a caminhar até o banheiro e sento-me no vaso para tirar a roupa. Ele vai até a cozinha e trás uma cadeira.

_Para você se sentar... - Disse envergonhado e eu agradeço - Você quer que eu te ajude a tirar as roupas?

_Eu quero sim. Eu ainda estou muito trêmula.

_Isso deve ser fraqueza. Eu terei que comprar um remédio. - Ele falava enquanto tirava a minha blusa

_Pode ser. Mas eu ainda não entendi o sangue no vômito, então assim que melhorar irei no consultório do doutor Soares. - Tira o meu sutiã

_Eu te passo o número dele depois. Ele é um ótimo profissional.

_Eu irei mesmo precisar. Espero que não seja nada grave. - Ele se abaixa para tirar os meus pés da calça

_Isso nunca tinha acontecido com você?

_Não. Eu nunca passei tanto mal assim, provavelmente é o meu organismo rejeitando a droga. Assim espero. - A última peça havia sido tirada

A todo momento ele me deixa confortável, puxando assunto para não focar tanto na situação. Mas agora, assim do jeito que eu estava na frente dele me bate uma insegurança e vergonha.
Ele até então parecia envergonhado mas conseguia esconder muito bem. Ele não olhava diretamente para o meu corpo e isso me deixou mais relaxada. Ele abre o chuveiro e toca na água, me chamando para entrar em seguida. Eu caminho com sua ajuda e entro, me sentando e sentindo aquela água quase fria tocar a minha pele.

Isso estava relaxante demais, o meu corpo precisava disso. Abro os olhos e o vejo olhando para mim. Mas diretamente para a minha face, como se estivesse hipnotizado. Ele percebe e sai do transe me mostrando o sabonete, em silêncio pedindo autorização para me ensaboar. E eu concordo que o fizesse e fecho o chuveiro. Ele se aproxima e começa a esfregar meus ombros. Pela proximidade eu sentia a sua respiração e ele parecia tenso.

_E então... - Começo a falar para desviar o foco - Por que quis ser advogado?

_É a profissão dos meus sonhos desde que eu me lembre. - Disse sem parar de me esfregar

_E você defende só gente inocente?

_Infelizmente não. Eu já tive o desprazer de defender bandido, mas eu não me empenhei em ganhar a causa. - Fico surpresa com essa informação vinda dele

_Se eu fosse advogada, eu também não defenderia. - Ele começa a esfregar os meus braços

_E você, qual a profissão dos seus sonhos?

O outro lado do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora