2.7.

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Kim Dae caminhava frustrada pelos corredores do Palácio de Inverno.

Vestia um vestido vermelho volumoso e uns sapatos pretos com ouro em detalhe, as suas mãos estavam juntas enquanto caminhava até ao seu quarto sozinha.

Tinha pedido que as empregadas a deixassem sozinha por uma hora, isso era tempo suficiente para conversar com a pessoa que a esperava no seu quarto.

Abriu as portas com força e entrou dentro do quarto escuro que era o seu.

Encarou o homem vestido de preto com uma capa também preta, ele observava o quarto de Kim Dae ao pormenor, mexendo nas cortinas vermelhas enquanto parecia pensar em algo.

O homem de trinta anos tinha a sua barba por fazer, os seus cabelos eram compridos e encaracolados e sorriu ao ver que Kim Dae tinha chegado.

-Por favor senta-te. - pediu Kim Dae apontando para o sofá.

O homem assentiu e sentou o seu corpo no sofá, já Kim Dae sentou-se numa cadeira almofadada à frente dele e agarrou na sua chávena com chá bebericando.

-Porque me chamais irmã?

Kim Seung, o irmão mais velho e ilegítimo de Kim Dae sentava-se à frente da irmã com um sorriso nos lábios.

Por ser considerado um assassino, Seung tinha sido mantido em cativeiro no reino vizinho e tinha permanecido lá, até Kim Dae o chamar afirmando ser um assunto de extrema urgência.

Kim Dae tinha tratado de tudo para que o irmão conseguisse viver uma boa vida no reino vizinho, todos os meses era enviado dinheiro a Kim Seung, apenas o suficiente para que ele conseguisse sobreviver.

Kim Dae sentia que não tinha nada que ajudar o seu irmão, mas sabia que iria precisar dele num futuro próximo e esse momento era agora. Não podia perder o que tinha conquistado até agora.

A notícia de que Yuna estava no palácio e poderia ser a futura rainha corria por todo o reino e isso tinha deixado as pessoas do povo contentes, seria a segunda vez que uma mulher do povo se tornaria rainha e isso não podia voltar a acontecer, pelo menos aos olhos de Kim Dae.

A mulher pousou a sua chávena na mesa e encostou as suas costas no cadeirão encarando o irmão.

-Penso que saibas que não te chamei por um assunto qualquer. - informou.

-A tua carta afirmava ser um assunto de urgência. - respondeu Seung assentindo.

Kim Dae não queria falar já sobre o assunto, gostava de saber como estava o irmão.

-Como tens passado Kim Seung? - perguntou sem um sorriso no rosto.

-Estou sem dinheiro. - respondeu. - Já faz um mês desde que deixaste de me enviar dinheiro, não consigo arranjar um emprego, preciso que continues a enviar-me dinheiro.

Kim Dae voltou a agarrar na sua chávena.

-Ocorreram alguns imprevistos. - informou autoritária. - Enviar-te-ei dinheiro assim que conseguir, tenho de ser cuidadosa, o rei já notou a diferença de dinheiro.

-Isso não é algo que me interesse, - respondeu desesperado. - eu fiquei com as culpas pelo que fizeste, por sorte não fui condenado à guilhotina.

Kim Dae começava a ficar chateada com o que ouvia e preferia não ter perguntado nada se fosse para obter uma resposta assim.

-Graças a mim conseguiste escapar. - respondeu brevemente. - E por causa disso estás em divida para comigo.

Seung permaneceu em silêncio, sabia que a irmã estava certa no que dizia; apesar de ser mais nova, Kim Dae estava numa posição acima de Seung e ele não poderia arriscar, mesmo sabendo como era a irmã.

Kim Seung levantou o seu corpo e caminhou pelo quarto fazendo Dae suspirar, não tinha muito tempo até que as empregadas regressassem.

-Vou ser direta. 

Ao ouvir as palavras da irmã, Seung voltou a sentar-se no sofá entrelaçando as suas mãos e esperando que Kim Dae falasse.

-Preciso que mates Lee Yuna. - pediu sorrindo.

Kim Seung arregalou os seus olhos surpreso, ele conhecia Yuna; na verdade, o seu nome tinha sido muito falado nos últimos dias devido à competição que estava a haver entre a irmã e Yuna, mesmo que Kim Dae fosse a sua irmã, ele apoiava Yuna por ser uma mulher simples.

-Porque a queres matar? - questionou curioso.

-Precisas de saber?

Kim Dae sentia que não precisava de se explicar ao irmão, ele teria apenas de acatar as ordens dela, mas mesmo assim suspirou.

-Não quero um problema perto de mim, é óbvio que serei eu a rainha deste reino, mas não quero que o príncipe continue a encontrar-se com ela. - respondeu sorrindo. - Se Lee Yuna for morta o príncipe ficará devastado e não terá outra opção senão juntar-se a mim.

Seung assentiu sorrindo.

-Estás com medo que ela te vença? - questionou com ousadia Seung.

Kim Dae pousou a sua mão na cabeça desesperada.

-Não tenho medo, apenas quero que o príncipe me ame. - desabafou.

Seung queria responder mas talvez fosse melhor não o fazer, a sua irmã já estava chateada e, por muito que ele gostasse de a chatear, sentia que agora não era o momento perfeito para isso.

-Do que precisas? - questionou.

Kim Dae levantou o seu corpo e caminhou até à secretária agarrando num papel com algumas coisas escritas, esticou a sua mão entregando o papel ao irmão que a encarou sério.

-Sabes que não sei ler este papel é inútil.

Kim Dae soltou uma leve gargalhada escondendo a sua boca com a mão.

-Tens razão. - respondeu. - Preciso que compres veneno, o mais forte que existir, quero que ela tenha uma morte plena, não gosto de ver sangue.

Kim Dae encolheu os seus ombros e caminhou até à porta abrindo-a pronta para se despedir do irmão e depois ergueu as sobrancelhas entusiasmada.

-Na verdade, utiliza o mesmo veneno que foi usado com a rainha.

I Married the Prince || Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora