I Married the Prince || Hwang Hyunjin

3.7.

Três dias se tinham passado.

Três dias em que o príncipe Hyunjin não saía do quarto onde permanecia Yuna.

A mulher tinha tomado o remédio na noite depois do envenenamento, mas até agora, não havia nenhuma melhoria.

Hyunjin permanecia ajoelhado junto da cama, agarrava a sua mão à de Yuna com força esperando que a mulher acordasse, por vezes molhava uma toalha e passava a mesma no seu rosto limpando-o.

O príncipe não podia mentir ao dizer que não tinha chorado durante a noite passada; os seus olhos estavam um pouco vermelhos e o seu rosto inchado, não trocava de roupa à três dias e também ele começava a ficar desnutrido por não comer.

Yuna permanecia vestida com o seu vestido branco e bege, o seu cabelo começava a perder os caracóis que lhe tinham feito e a sua pele parecia mais clara do que nunca e o seu pulso começava a ficar cada vez mais fino, no entanto, o seu corpo estava quente, o que significava que ainda não tinha falecido.

Os seus irmãos, Nari e Jeong, vinham visitá-la todas as tardes e todas as noites antes de irem dormir, sempre depositavam um beijo gentil na sua maçã do rosto e sorriam esperando que a irmã acordasse.

Kim Dae aproveitava a noite para visitar Lee Yuna enquanto ela e o príncipe dormiam, o seu sorriso nunca desaparecia enquanto observava o sofrimento de Yuna que permanecia calma no seu sono profundo.

Já o rei, por outro lado, não tinha regressado para visitar Yuna, não por não gostar dela, na verdade,  o rei tinha desenvolvido carinho pela mulher durante todo o tempo que passaram juntos, mas o rei precisava de encontrar quem tinha feito tal coisa.

Foi decidido em reunião que o Baile de Inverno seria adiado uma semana; o rei sabia que Hyunjin não iria comparecer ao baile enquanto Yuna não acordasse, isto se ela sequer acordasse.

O príncipe queria apanhar a pessoa criminosa, mas sentia que, se saísse de junto de Yuna, algo pior poderia acontecer, por isso deixou que Han tomasse conta do assunto.

Han procurava intensamente todo o tipo de provas que pudesse levar ao suspeito, a biblioteca real seria um local perfeito para tal uma vez que lá estavam todas as informações sobre o reino, no entanto, pensou que talvez Lee Yuna mantivesse algo escondido no seu quarto e foi lá que Han começou a procurar por algum tipo de pistas.

Ficou surpreendido ao reparar que haviam duas chávenas de chá em cima da mesa e achou curioso, Yuna não tinha ninguém perto que bebesse chá com ela, então porque haveriam de existir duas chávenas?

Reparou também na sua secretária, as velas estavam gastas e a mesa estava cheia da cera da vela, em cima permanecia o livro da árvore genológica da família real. O homem aproximou-se procurando alguma informação e ficou surpreendido ao reparar na página aberta.

Do outro lado do Palácio Real, Kim Dae pousava as suas mãos junto da barriga e assumia uma postura rigorosa enquanto se preparava para entrar dentro da sala do trono para uma pequena reunião que tinha pedido.

O rei estava atarefado, mas não podia deixar de fazer as suas tarefas diárias, por isso aceitou.

O homem já velho estava sentado no seu trono quando Kim Dae entrou, a mulher fez uma pequena vénia e sorriu confiante.

-Porque pediu uma reunião senhora Kim Dae? - questionou o rei apressado.

Kim Dae caminhou um pouco para o lado pensando na melhor forma de começar o assunto e depois parou.

-Já passaram três dias desde que a senhora Lee Yuna foi envenenada, mesmo depois de tomar o remédio, não vemos nenhuma melhoria sua alteza. - informou.

O rei assentiu, ele sabia de toda a informação que Kim Dae lhe dizia e começava a pensar que a reunião era inútil.

-Onde quer chegar com essa informação? - questionou o rei erguendo uma sobrancelha.

-Onde quero chegar, sua alteza, é que o mais provável de acontecer é a senhora Lee Yuna falecer. - respondeu num tom gélido. - Por isso penso que não deveríamos adiar o Baile de Inverno.

O rei suspirou cansado, humedeceu os seus lábios pensativo.

-O príncipe Hyunjin recusa-se a sair do quarto, por isso penso que não temos outra opção a não ser adiar o baile. - respondeu o rei intrigado.

-Na verdade, sua alteza, - começou Kim Dae sorrindo. - o príncipe Hyunjin tem de acatar as suas ordens quer ele queira, quer não. Sua alteza não deveria adiar o Baile de Inverno, e, aproveitando a pequena oportunidade, oficializar a futura rainha do Reino de Dragão.

O rei torceu o nariz, ele já sabia que Kim Dae iria tocar neste assunto, mas mesmo assim o rei era um homem de ideias fixas e ele tinha a certeza de que queria Lee Yuna como a futura rainha, mas vendo a situação em que a mulher se encontrava, não havia muito mais a fazer.

Lee Yuna poderia continuar no quarto, mas o rei estava velho e queria passar a sua coroa ao filho, por isso, não havia mais nada a fazer a não ser aceitar Kim Dae como a futura rainha do Reino de Dragão.

O rei levantou o seu corpo e assentiu.

-Muito bem, faremos como dizes. - respondeu o rei descendo as pequenas escadas do trono.

Kim Dae sorriu de orelha a orelha, finalmente teria o que tanto sonhava. Com a morte de Lee Yuna não havia mais nada a fazer a não ser aceitar Kim Dae como rainha.

O rei despediu-se da mulher começando a caminhar até ao quarto onde o príncipe e Yuna estavam.

Ao entrar, o rei observou o casal; o príncipe estava agora sentado na cama, por vezes passava as suas mãos no rosto de Yuna que permanecia quieta.

O príncipe, ao reparar na chegada do rei, levantou-se da cama e curvou ligeiramente o seu corpo saudando o pai.

-Foi decidido que irás casar com Kim Dae. - informou o rei autoritário.

O príncipe arregalou os seus olhos e humedeceu os lábios caminhando até ao pai, que reparou nos seus olhos vermelhos.

-Também tinha sido decidido que iriamos esperar que a menina Yuna acordasse, o que o fez mudar de ideias tão depressa? - questionou o príncipe desesperado.

O rei abriu a boca para falar, sentia que estava a ser demasiado autoritário por obrigar Hyunjin casar com uma mulher que levaria o reino à falência.

Antes de conseguir falar foi ouvida uma tosse forte e o príncipe Hyunjin virou rapidamente as costas ao rei, encarando a cama onde permanecia Lee Yuna.

Desta vez, de olhos abertos.