3.6.

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Kim Dae caminhava pelo corredor do Palácio de Inverno calmamente.

Já estava perto da hora de jantar e, como sempre, a mulher seria a primeira a chegar.

Começou a subir as escadas de entrada para o Palácio Real e esperou que as portas fossem abertas pelos guardas reais que ali estavam.

Assim que colocou um pé dentro do Palácio Real reparou que várias empregadas corriam de um lado para o outro atarefadas, algumas delas com toalhas nas mãos. 

Kim Dae encarou o rei que tinha acabado de sair da sala do trono, tinha uma expressão irritada misturada com preocupação, junto dele caminhavam três guardas reais, um deles sendo Han Jisung que parecia mais preocupado do que o rei.

-Sua Majestade! - chamou a mulher sorrindo.

O rei parou de caminhar para a encarar, parecia apressado.

-Posso perguntar o que se passa para haver tanta agitação no Palácio Real, Sua Majestade? - questionou Kim Dae.

-Lee Yuna foi envenenada. - explicou o rei com a sua voz grossa.

Kim Dae levou as mãos à boca surpreendida. Não esperava que algo fosse acontecer tão depressa, mesmo levando três semanas.

O rei sentiu que Kim Dae não tinha mais nada a dizer, por isso despediu-se da mulher retomando o seu caminho até ao quarto onde estava Lee Yuna.

Assim que o rei saiu Kim Dae soltou uma forte gargalhada de alívio, sentia que finalmente a sua vida estava a correr bem; por outro lado, esperava que o irmão tivesse regressado até ao reino vizinho.

A mulher decidiu que iria visitar Lee Yuna, queria ver o sofrimento no seu rosto e poder dormir bem nesta noite fria, e só o podia fazer se tivesse a certeza de que era ela que estava no quarto.

Apressou-se a caminhar até ao quarto onde permanecia Lee Yuna com um sorriso no seu rosto.

Do outro lado, o príncipe Hyunjin observava os irmão gémeos de Lee Yuna que estava ajoelhados em cima da cama, as suas lágrimas molhavam os lençóis brancos e os soluços altos eram ouvidos no corredor do Palácio Real, os gémeos agarravam a mão da irmã mais velha com força.

O médico real tinha sido chamado com urgência e examinava agora o corpo fraco e adormecido de Yuna. 

Hyunjin esperava ansiosamente que o médico acabasse de examinar a mulher que estava pálida, os seus lábios secos ainda com algumas manchas de sangue.

Yuna tinha sido transferida para o antigo quarto da rainha e Hyunjin sentia um nó enorme na garganta por voltar a ver o cenário de anos atrás, lembrava-se perfeitamente de estar no lugar dos gémeos enquanto soltava lágrimas de tristeza ao ver a sua mãe deitada na mesma posição em que Yuna estava.

Hyunjin tinha pedido ajuda aos guardas reais que por ali passavam, sendo um deles Han, que se encarregou de levar Yuna para o Palácio Real enquanto o príncipe avisava o rei e os outos guardas; não era um trabalho que competia ao príncipe fazer, mas ele não tinha muito tempo.

Não demorou muito tempo até que as portas do quarto fossem abertas dando visão para o rei que trazia uma expressão chateada no rosto.

-O que se passou aqui? - exigiu o rei saber, a sua voz grossa fez com que os gémeos se assustassem. - Como pôde uma coisa destas acontecer no meu palácio?

Hyunjin encarou o pai triste, sabia que também o pai se tinha lembrado da mulher. 

Mesmo sem uma resposta, o rei caminhou até junto do médico esperando que este terminasse de examinar Yuna.

O médico ergueu o seu corpo e encarou o rei juntando as suas mãos.

-Não existe muito que possamos fazer, sua alteza. -  informou o médico baixando o seu olhar.

Aos ouvir as palavras, o príncipe aproximou-se do médico com irritação nos olhos.

-Preciso que a salve, custe o que custar! - exigiu o príncipe.

O médico encarou o príncipe sem saber o que dizer, depois voltou a olhar para o rei que suspirou.

-Faça o que tiver de fazer para salvar Lee Yuna. - pediu o rei.

-Sua alteza, - chamou o médico. - temo que isso seja algo complicado. O veneno usado na senhora Yuna foi o mesmo que foi utilizado na falecida rainha.

Ambos o príncipe e o rei encararam o médico surpresos. 

Hyunjin sabia que algo assim iria acontecer e culpava-se por não ter conseguido salvar Yuna, já o rei não queria acreditar no que ouvia.

O rei cerrou os seus punhos e depois, com um olhar irritado e poderoso encarou os três guardas que o tinham acompanhado.

-Preciso que encontrem a pessoa que fez isto, rapidamente!

Os guardas assentiram e curvaram o seu corpo despedindo-se. Antes de sair, Han encarou o príncipe com tristeza nos olhos, na cabeça dele, nada disto teria acontecido se Yuna não se tivesse apaixonado pelo príncipe, e de certa forma, Han culpava Hyunjin por isso.

-Tem de existir uma cura, quero que a cures, não importa como. - exigiu o rei encarando o médico que apenas assentiu.

As portas do quarto foram novamente abertas, desta vez dando visão para Kim Dae que tinha escondido o seu sorriso; aproximou-se do príncipe e curvou o seu corpo.

-Soube do ocorrido, - informou e depois encarou Yuna com nojo. - penso que teremos de esperar apenas pela morte desta pobre mulher.

Hyunjin semicerrou os olhos e encarou Kim Dae irritado.

-Lee Yuna não irá falecer. - respondeu o rei interrompendo Hyunjin.

Kim Dae encolheu os seus ombros e aproximou-se de Yuna.

-Pobre mulher. - comentou abanando a sua cabeça. - Já era algo que eu esperava vindo de alguém do povo.

-Penso que está na altura de sair senhora Kim Dae. - informou o príncipe apontando para a porta.

A mulher assentiu, estava feliz pelo ocorrido e nada a podia deitar abaixo, por isso, fez uma vénia despedindo-se e saindo do quarto.

O rei suspirou e aproximou-se dos irmãos gémeos que tinham os seus olhos vermelhos de choro, o homem pousou a sua mão na cabeça de Jeong e sorriu.

-Porque não vamos jantar? - questionou o rei tentando parecer simpático. - A vossa irmã precisa de descansar.

Os gémeos assentiram e despediram-se da irmã depositando um leve beijo no seu rosto, os irmãos agarraram na mão do rei e saíram do quarto deixando apenas Hyunjin, Yuna e o médico no quarto.

-Conheço um remédio. - informou o médico. - Não tenho a certeza se irá resultar mas podemos tentar.

-Que remédio seria esse? - questionou Hyunjin.

O príncipe não podia confiar em ninguém neste momento, queria saber tudo o que o médico iria fazer com Yuna, por isso não tinha preocupação em fazer todo o tipo de perguntas.

-Foi algo que descobri recentemente. Carvão vegetal ativado em pó diluído em água. - explicou - Tenho isso no meu escritório, se o príncipe permitir irei ao meu escritório buscar o remédio.

O príncipe levantou a sua mão negando.

-Irei informar os guardas reais para irem buscar o remédio.

O médico assentiu e voltou a encarar Yuna, não havia mais nada que ele pudesse fazer a não ser esperar pelo remédio mas sabia que o príncipe não o deixaria ir embora sem que ele experimentasse o remédio em Yuna.

O príncipe aproximou-se de Yuna e ajoelhou o seu corpo junto dela, tocou na sua mão que começava a arrefecer e sorriu triste.

Estava perto de perder a pessoa que mais amava.

I Married the Prince || Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora