3.0.

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Yuna descansava a sua cabeça na mão enquanto ouvia com atenção Park Iseul.

Tinha sido informada de que hoje teria imensas coisas para fazer, depois da sua aula matinal de história e etiqueta, teria de ir até à cidade para ir buscar os seus novos vestidos.

Yuna estava feliz por conseguir ir visitar a loja da Madame Gi e desta maneira poderia agradecer-lhe pessoalmente pelos fatos.

Park Iseul estava parado à sua frente, as suas mãos estavam relaxadas.

-Penso que a Senhora Yuna ainda não tem o devido conhecimento sobre o que é ser uma rainha. - mencionou de forma séria.

Yuna ergueu a sua cabeça agora mais interessada no assunto e sorriu.

-O professor poderia explicar-me? - pediu atenciosamente.

Park Iseul sorriu confiante, parecia esperar por este momento à muito.

-Claro. - começou e depois virou as costas. - Uma rainha deverá ter pelo menos duas damas que serão as suas aliadas, serão as pessoas em quem a rainha confiará mais para além do rei.

Yuna ouvia tudo com atenção enquanto escrevia tudo no seu papel de forma desajeitada.

-Uma rainha nunca baixa a sua cabeça, - continuou o professor enquanto levantava a mão. - Uma rainha cumprimenta os lordes e todas as pessoas da nobreza com elegância, as suas costas têm de estar sempre direitas, é expressamente proibido ser vista a correr, na verdade, nunca o deverá fazer.

A mulher suspirou, não queria proibir-se de algo que adorava fazer. Percebeu então que ser uma rainha significava privar-se de todas as coisas boas de que ela gostava.

-Como é óbvio, uma rainha tem de saber alguma arte, desde cantar, a dançar. - informou e depois encarou Yuna com um sorriso. - Mas penso que isso não será necessário uma vez que sabe usar uma espada. Quando beber chá, tem de levantar sempre o dedo mindinho.

Yuna bufou retirando alguns cabelos rebeldes que estavam no seu rosto. Já não estava a gostar do que lhe era informado.

-E para finalizar, uma rainha tem de saber política.

O professor suspirou dando por concluído o seu resumo de como ser uma rainha e depois encarou Yuna que parecia triste, por isso puxou uma cadeira e sentou-se à sua frente.

-Percebo que sejam tarefas complicadas para a senhora Yuna, mas quero que saiba que a apoio.

Yuna sentiu o seu coração alegre e assentiu pousando a sua pena dentro da tinta preta.

A aula de hoje estava concluída e Yuna iria finalmente sair do palácio depois de vários meses. Despediu-se do seu professor e caminhou em direção ao Palácio de Inverno com calma. 

Enquanto fazia o seu caminho pelo jardim real deparou-se com o príncipe que cavalgava com Han.

Yuna já não via Han à imenso tempo e deu por si a desejar voltar à guarda real.

Ambos os homens notaram a sua presença e enquanto que o príncipe apenas baixou a sua cabeça cumprimentando Yuna, Han levantou o seu braço e abanou-o com alegria.

Também Han tinha saudades de estar com Yuna.

A mulher acenou tentando parecer discreta e soltou uma leve gargalhada enquanto retomava o seu caminho até ao quarto. Antes de sair teria de mudar de vestido.

Várias empregadas estavam dentro do seu quarto, a banheira já estava cheia e as suas roupas já estavam em cima do sofá; todas as mulheres se apressaram em despir Yuna.

Yuna encarou Kang Sohui que aproveitara o pequeno tempo para limpar as mesas e ergueu o seu braço chamando-a.

-Sohui quero fazer-lhe uma questão. - pediu Yuna séria.

-Se eu puder responder menina Yuna.

-Sohui, como é que a rainha veio a falecer?

Kang Sohui pareceu surpresa com a questão e encarou as empregadas que também tinham olhares chocados nos rostos, apressada, pediu que as empregadas saíssem do quarto. A mulher aproximou-se de Yuna e encarou-a preocupada.

-Porque queres saber disso tão subitamente? - questionou em voz baixa.

-Apenas por curiosidade. - respondeu Yuna encolhendo os ombros.

Na verdade, ela não via problema algum em questionar o falecimento da rainha, para além de que o aviso do homem a tinha deixado preocupada e já que ela não podia falar com o príncipe sobre isso, porque não perguntar a kang Sohui?

-A rainha faleceu de peste negra. - respondeu rapidamente Sohui.

Yuna reparou que Sohui estava nervosa, as suas mãos eram esfregadas uma na outra e não olhava Yuna nos olhos.

-Sohui, por favor, a verdade. - pediu Yuna agarrando nas mãos da empregada.

Kang Sohui suspirou e olhou finalmente para o rosto de preocupação de Yuna. Porque estaria ela preocupada com algo assim?

-A rainha faleceu por envenenamento. - respondeu triste. - Mas porque pergunta?

Yuna levantou o seu corpo e saiu da banheira. Kang Sohui apressou-se a limpar o corpo da mulher e a preparar as coisas para vestir Yuna.

-Promete que não contas a ninguém. - pediu Yuna esticando o seu mindinho.

Sohui assentiu e juntaram os mindinhos. Na verdade, Sohui não poderia fazer tal promessa pois o príncipe ou até mesmo o rei poderia vir a saber da conversa entre as duas e Sohui não teria outra opção senão contar-lhes.

-Penso que recebi uma ameaça de um homem estranho. - desabafou inclinando a cabeça. - Ele pediu que eu tivesse cuidado ou então acabaria por morrer como a rainha.

Sohui levou as mãos à boca surpreendida. Este tema de conversa era algo que ela deveria falar com o rei, mesmo que tivesse sido uma pequena ameaça, poderia colocar a vida de todos em risco.

-Como era esse homem? - questionou Sohui.

Yuna ergueu os seus braços para que se conseguisse vestir e inclinou a cabeça pensativa, caminhou até à penteadeira e deixou que Sohui penteasse os seus cabelos.

-A cara não me era estranha, mas por muito que pense não consigo saber quem é o homem.

Yuna estava decidida em resolver este caso sozinha, não queria alarmar ninguém, mas teria sido uma boa ideia contar a Kang Sohui?

I Married the Prince || Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora