0.7.

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A porta da sala do trono foi aberta.

Kim Dae observou o rei que parecia cansado, o seu cabelo grisalho estava penteado maravilhosamente e a coroa na sua cabeça reluzia.

-Eu, Kim Dae, curvo-me perante vós, Rei do Reino de Dragão e filho do sol e de todas as coisas grandiosas.

O rei encarou Kim Dae com um sorriso e pediu que a mulher se erguesse.

-O que te trás até aqui? - questionou.

A sua voz era grave e poderosa, o titulo de rei tinha sido bem dado, o rei era poderoso e era um homem alegre, todas as suas estratégias eram bem sucedidas e por causa disso tinha conquistado várias terras.

-Sei que é algo repentino, mas sinto que sua alteza deveria saber disto.

O rei recompôs a sua postura no trono e franziu a testa curioso.

-O que é que isso significa? - questionou.

-O príncipe Hyunjin encontrou-se com uma mulher no dia do Baile. - informou Dae, queria sorrir mas era impossível na presença do rei.

O rei soltou uma gargalhada forte batendo no braço do trono, não via problema nisso.

-Penso que isso não seja problema, o príncipe Hyunjin tem o dever de falar com várias pessoas que estiveram presentes no baile.

Kim Dae sorriu de lado, este seria o seu momento.

-Mas sua alteza, não era uma mulher qualquer. - ripostou erguendo as sobrancelhas. - Era uma mulher do povo.

Dae observou o rei arregalar os olhos espantado, esta informação era algo que ele não esperava. Levantou o seu corpo do trono.

-Isso seria impossível! - exclamou - O príncipe não poderia ter feito tal infortúnio. 

-Infelizmente é verdade sua alteza. - respondeu.

Kim Dae observou o rei a chamar os guardas, cerca de dez guardas reais apareceram vestindo os seus fatos vermelhos com detalhes dourados e brancos, todos eles com caras sérias esperando as ordens do rei.

-Kim Dae, querida, como era a mulher que falas? - questionou o rei com um olhar de ternura.

-Era uma mulher baixa e os seus cabelos eram castanhos. - comunicou Dae. - Peço desculpa sua alteza, era de noite e não consegui visualizar a mulher muito bem, mas penso que o seu nome era Lee Yuna.

O rei assentiu e logo de imediato ergueu a sua mão.

-Guardas, quero que procurem uma mulher chamada Lee Yuna pela cidade, - informou com a sua voz grave e poderosa. - quando a encontrarem, tragam-na até mim. Entretanto os outros guardas podem trazer-me o príncipe Hyunjin.

Os guardas assentiram e caminharam rapidamente até à saída acatando as ordens do rei.

Kim Dae não conseguiu deixar escapar o seu sorriso. Talvez assim se conseguisse livrar dessa mulher que lhe traria tantos problemas no futuro e para ela, era melhor cortar o mal ela raiz.

O rei, fraco, voltou a sentar o seu corpo no trono. Os últimos dias tinham sido cansativos com muitos papéis e cartas para enviar agradecendo a presença de todas as pessoas no Baile de Primavera.

Kim Dae assumiu a sua postura correta e observou todos os detalhes do palácio, ela já estava familiarizada com o palácio pois desde os seus dez anos que vivia no palácio, não nos mesmo aposentos que o rei ou o príncipe mas sim no Palácio de Inverno.

O Palácio de Inverno tinha sido construído com o propósito de ser a habitação da futura rainha ou da princesa, mas como o rei tinha tido apenas um menino, que era filho único, Kim Dae assumiu o Palácio de Inverno sendo seu.

Os seus pais viviam na mansão própria, estavam longe da filha mas estavam contentes com o facto de ela ser a futura rainha, afinal, ela desde sempre que foi treinada para assumir tal papel.

As portas voltaram a ser abertas e Kim Dae virou o seu corpo tendo visão para o príncipe Hyunjin que vinha acompanhado de dois guardas reais.

Hyunjin vestia um fato vermelho, fazendo contraste com o seu cabelo loiro, parecia ter estado a treinar pois trazia a sua espada na cintura; os seus braços estavam relaxados e curvou o seu corpo ligeiramente.

-Mandou-me chamar pai?

O rei batia freneticamente com os dedos no braço do trono impaciente.

-Kim Dae veio ao meu encontro para falar de algo grave. - informou com olhar chateado. - Ela contou-me que te encontraste com uma mulher do povo e passearam juntos pelo palácio. É verdade?

Hyunjin sentiu o seu corpo aquecer, não acreditava que Kim Dae tinha feito algo assim.

Como saberia ela que ele se tinha encontrado com Yuna? Porque faria ela algo assim? Que provas tinha ela?

Hyunjin encarou Kim Dae com desdém.

-É verdade ou não? - questionou novamente o rei.

O seu tom de voz era elevado e Hyunjin estremeceu voltando a encarar o pai, Kim Dae abriu o seu leque e tapou o rosto também assustada com o tom de voz do rei, ela nunca o tinha visto assim, mas não podia esconder a sua felicidade.

-Sim. - murmurou o príncipe encarando o chão.

-Tu sabes que isso não é permitido, Kim Dae será a futura rainha do Reino de Dragão e tu deverás amá-la incondicionalmente sobre todas as circunstâncias! - exclamou. - Nunca seria possível casares com uma mulher do povo.

-A mãe também era do povo!

Hyunjin sentia-se uma criança que fazia birra, o que o pai falava não tinha sentido e queria acabar com aquela conversa rapidamente para poder voltar a treinar.

O rei colocou uma expressão admirada no rosto, sentia a sua cabeça latejar e por isso voltou a sentar-se levando a mão à cabeça, depois abanou a mão.

-Prendam o príncipe Hyunjin nas masmorras durante três dias, ele precisa de ser disciplinado novamente.

Hyunjin observou os guardas a aproximarem-se, sabia que não valia a pena debater-se e por isso aceitou ser levado. Esta seria a primeira vez que ficava de castigo, o seu pai sempre fora muito severo em relação a tudo e aos olhos dele Hyunjin continuava a ser um rapaz rebelde.

Iria ficar preso durante três dias; três dias que seriam desperdiçados enquanto ele podia procurar por Yuna na cidade.

A masmorra era um lugar imundo, gotas pingavam e batiam no chão fazendo eco por todo o lado, Hyunjin permaneceu todo o tempo em silêncio, a sua cabeça estava cheia de pensamentos sobre o que acabara de acontecer.

A cela foi fechada e Hyunjin observou os guardas a despedirem-se de Hyunjin sem um sorriso nos lábios.

O príncipe sentou o seu corpo no chão e cruzou as pernas encarando o teto velho e imundo, alguns ratos passavam pelas celas deixando Hyunjin enojado.

Mas nada importava naquele momento a não ser Lee Yuna.

I Married the Prince || Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora